O Ministério Público formalizou nesta sexta-feira, 21 de novembro de 2025, a denúncia contra oito pessoas pelo assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes. O crime ocorreu durante uma emboscada na Praia Grande, litoral paulista, no dia 15 de setembro.
Ordem partiu da cúpula do PCC
De acordo com a denúncia, a morte do ex-delegado foi encomendada em 2019 pela chamada "sintonia geral", que representa o alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC). A motivação seria retaliação pela atuação de Fontes contra a facção criminosa.
Ruy Fontes foi o responsável pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças da organização criminosa. Esta prisão histórica teria motivado a ordem de execução vingativa.
Planejamento minucioso do crime
O documento do Ministério Público descreve um extenso planejamento para o assassinato. As investigações revelaram que os acusados realizaram vigilância, construíram uma cadeia logística com imóveis e veículos de apoio, e obtiveram diversos armamentos e acessórios para executar o plano.
As provas coletadas indicam que o monitoramento da vítima havia começado em março de 2025, seis meses antes do crime consumado. O caso agora está sob responsabilidade da vara do Tribunal do Júri de Praia Grande.
Lista dos denunciados
As oito pessoas denunciadas são:
- Felipe Avelino da Silva ("Mascherano")
- Flávio Henrique Ferreira de Souza
- Luiz Antonio Rodrigues de Miranda
- Dahesly Oliveira Pires
- Willian Silva Marques
- Paulo Henrique Caetano de Sales
- Cristiano Alves da Silva
- Marcos Augusto Rodrigues Cardoso
Segundo a denúncia, Marcos Augusto Rodrigues Cardoso ocupava posição de liderança dentro do PCC e era responsável pela "disciplina" da facção criminosa na região do Grajaú.
Crimes imputados e agravantes
Todos os denunciados responderão pelos crimes de integrar organização criminosa armada, dois homicídios qualificados tentados (referentes às tentativas frustradas no próprio dia da emboscada) e um homicídio qualificado consumado.
O Ministério Público também pediu a aplicação da agravante de motivo torpe, por se tratar de retaliação de facção criminosa ao trabalho desenvolvido por Ruy Fontes no combate ao estado paralelo imposto pelo PCC.
Outro suposto autor do crime, Umberto Alberto Gomes, morreu em uma operação policial em São José dos Pinhais, no Paraná, para onde se deslocou após o assassinato.