Justiça condena 6 por tráfico de 139 kg de cocaína em navio no Amapá
6 condenados por tráfico de cocaína em navio no Amapá

Esquema sofisticado de tráfico internacional é desmantelado no Amapá

A Justiça Federal condenou seis integrantes de uma organização criminosa especializada em tráfico internacional de drogas. O grupo tentava transportar 139 quilos de cocaína do Amapá para Portugal utilizando um navio ancorado no Igarapé da Fortaleza, em Macapá.

A decisão judicial, divulgada nesta quarta-feira (27), atendeu a pedido do Ministério Público Federal e determinou o regime fechado para todos os acusados. As penas aplicadas foram de 12 anos e 3 meses de prisão para cinco dos réus, enquanto o líder da organização recebeu condenação mais severa: 14 anos, 8 meses e 12 dias de reclusão.

Operação Blind Diving revela método sofisticado

As investigações da Operação Blind Diving, conduzida pela Polícia Federal, descobriram que a organização utilizava mergulhadores profissionais para acoplar cinco pacotes de drogas no casco do navio Dyna Floresta. O esquema funcionava através de uma chácara em área isolada que servia como base operacional.

De acordo com as provas coletadas, o grupo realizou pelo menos seis mergulhos entre os dias 6 e 9 de abril de 2024, sempre durante a noite. Pequenas embarcações transportavam os mergulhadores e seus equipamentos até o navio ancorado.

Os investigadores identificaram que os pacotes de cocaína estavam equipados com rastreadores do tipo AirTag, tecnologia que permitiria aos criminosos acompanhar a carga durante toda a viagem transatlântica.

Estrutura hierárquica e antecedentes criminais

O Ministério Público Federal comprovou que a organização possuía estrutura hierárquica bem definida e atuava em várias frentes: aquisição da droga, transporte até o porto e acoplamento ao casco da embarcação. O porto de Macapá seria utilizado como ponto de saída para o tráfico internacional.

Os investigados, naturais dos estados de São Paulo e Rio Grande do Norte, foram presos no dia 10 de abril de 2024. Todos os envolvidos já possuíam antecedentes criminais por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e estelionato em diversos estados brasileiros.

Durante as investigações, a polícia acompanhou os suspeitos por vários dias e constatou que o grupo frequentava o Porto de Santana e lojas de Macapá para adquirir equipamentos, incluindo um compressor portátil para cilindros de ar comprimido.

Penas são aplicadas e execução é imediata

A Justiça Federal determinou a manutenção da prisão preventiva de todos os condenados e a execução imediata das penas. Um mandado de prisão em aberto contra o líder da organização também deverá ser cumprido sem delongas.

O líder da organização foi apontado nas investigações como financiador e articulador do esquema criminoso, o que justificou a pena mais elevada aplicada em seu caso.

A prática de acoplar drogas no casco de embarcações, segundo a Polícia Federal, tem sido utilizada por criminosos em diferentes portos do país, representando um desafio constante para as autoridades brasileiras no combate ao tráfico internacional de drogas.