Crime milionário em prédio de luxo tem denúncia aceita pela Justiça
A Justiça de Ribeirão Preto aceitou nesta semana a denúncia do Ministério Público contra 17 pessoas acusadas de participação em um roubo milionário ocorrido em um edifício de alto padrão no Centro da cidade. O crime, que aconteceu em 24 de setembro, na Rua Campos Salles, resultou na subtração de aproximadamente R$ 4 milhões em pertences de seis apartamentos invadidos.
Estrutura complexa da quadrilha
As investigações revelaram uma organização criminosa com diferentes núcleos de atuação. Os criminosos utilizaram documentos falsos para alugar um apartamento no nono andar do mesmo condomínio, facilitando a circulação dos ladrões antes do assalto. Durante a ação, moradores e prestadores de serviço foram rendidos por indivíduos armados e disfarçados.
Dos 17 investigados, 15 já foram presos, incluindo a jovem Júlia Moretti, de 21 anos, que se entregou à polícia em Araçatuba após dois meses foragida. A Polícia Civil descartou que ela fosse uma das líderes da quadrilha, acreditando que tenha sido cooptada para participar do esquema.
Núcleos especializados e receptação
Entre os presos estão integrantes de três núcleos distintos da organização:
- Núcleo financeiro: responsável por intermediar movimentações bancárias e receber valores extorquidos das vítimas
- Núcleo logístico: encarregado do aluguel do apartamento com documentação falsa e suporte material
- Núcleo operacional: executores diretos do assalto
As investigações apontam que Diego de Freitas, conhecido como "Diego Ouro", comandava a receptação das joias roubadas de dentro da cadeia, onde já estava preso por outro crime. A rede de receptação atuava em três estados brasileiros e utilizava os mesmos métodos em diferentes crimes.
Valores recuperados e foragidos
Do montante roubado, a polícia identificou que os criminosos conseguiram vender e acumular R$ 280 mil em joias. Desse valor, R$ 100 mil foram recuperados e estão bloqueados pela Justiça para eventual ressarcimento das vítimas.
Dois investigados continuam foragidos: Stephanie de Freitas Santos e Emerson dos Santos de Jesus, respectivamente irmã e amigo de Diego. Segundo o delegado André Baldocchi, eles ajudaram na receptação e negociação das joias roubadas.
O delegado não descarta que mais pessoas possam estar envolvidas não só no assalto, mas em outras questões relacionadas, como uma possível lavagem de dinheiro, dada a estrutura e poder aquisitivo da organização criminosa.