Tragédia em Presídio: Detento Mata Colega, Fere Outro e Comete Suicídio no Grande Recife
Tripla morte em presídio de Pernambuco choca autoridades

A madrugada desta sexta-feira (11) não seria como qualquer outra no sistema prisional pernambucano. Lá pelas tantas, dentro de uma cela da Penitenciária Agroindustrial de Igarassu, no Grande Recife, o inferno literalmente se abriu.

Três vidas foram ceifadas em questão de minutos — um verdadeiro banho de sangue que deixou até os agentes penitenciários mais experientes de cabelo em pé.

O que se sabe até agora sobre a sequência de horror

Segundo as primeiras informações que vazaram — e olha, informação em presídio é sempre complicada de apurar — tudo começou com uma discussão besta entre celamatos. Daquelas que, no mundo exterior, terminariam no máximo com uns palavrões e cada um indo pro seu canto.

Mas na tensão constante de um presídio superlotado, qualquer faísca vira incêndio.

O agressor, cuja identidade ainda não foi divulgada, parece que simplesmente pirou. Pegou uma faca artesanal — dessas que infelizmente circulam às escondidas — e partiu pra cima dos dois colegas de cela.

  • Primeira vítima: morreu no local, sem chance de socorro
  • Segunda vítima: ficou gravemente ferida, mas sobreviveu por pouco
  • O agressor: após o ataque, virou a arma contra si mesmo

Três destinos tragados pela mesma lâmina. Uma cena dantesca que me faz questionar: até que ponto o sistema está preparado para lidar com crises assim?

Corpos removidos e investigação em andamento

Os corpos — dois deles, pelo menos — foram encaminhados ao Instituto de Medicina Legal. O terceiro preso, que se feriu mas escapou com vida, foi parar num hospital da região. Dizem que seu estado é grave, mas estável.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco emitiu um daqueles comunicados padrão, cheio de juridiquês e promessas de apuração. Mas convenhamos, depois que a tragédia acontece, pouco adiantam os protocolos.

"Tomaremos as providências cabíveis" — essa frase me soa tão vazia depois de anos cobrindo casos similares.

O cenário por trás das grades

Igarassu não é novata quando o assunto é violência carcerária. A penitenciária em questão tem histórico — e dos pesados. Superlotação, falta de agentes, condições precárias... a receita perfeita para o desastre.

É como se estivéssemos enxugando gelo. A cada tragédia, novas promessas. A cada morte, novos planos. E o ciclo se repete, monótono e cruel.

O que mais me assusta é a naturalidade com que começamos a tratar essas notícias. Três mortes num presídio? Ah, é só mais uma sexta-feira qualquer no noticiário policial. E esse, talvez, seja nosso maior fracasso como sociedade.

Enquanto isso, as famílias dos envolvidos — sim, porque até detento tem família que chora — se perguntam onde foi que tudo começou a dar errado. Questionam se poderiam ter feito algo diferente. E a gente aqui, só observando e escrevendo, sem muitas respostas para oferecer.