
Imagine você esquecer seus fones de ouvido no aeroporto e descobrir, tempos depois, que um servidor público estava lucrando com eles. Pois é, a realidade às vezes supera a ficção.
Um funcionário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais está no centro de uma investigação que parece roteiro de filme. A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (8) uma operação para apurar a venda — digamos — criativa de itens que passageiros deixaram para trás no Aeroporto Internacional de Confins.
Operação 'Achados e (Não) Perdidos'
Batizada de 'Esquecidos', a operação não teve nada de esquecida. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos — um na casa do servidor em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e outro no próprio tribunal.
Os investigadores suspeitam que o funcionário — cujo nome ainda não foi divulgado — mantinha um verdadeiro comércio paralelo com objetos que deveriam estar no setor de achados e perdidos. Celulares, tablets, fones de ouvido... nada escapava ao olhar 'atento' do servidor.
Como funcionava o esquema?
Pelo que apuraram as investigações — e aqui a coisa fica interessante — o funcionário tinha acesso privilegiado aos itens esquecidos. Em vez de encaminhá-los para o destino correto, ele simplesmente dsumía com as peças.
- Itens eletrônicos eram os preferidos
- Vendas ocorriam através de plataformas online
- Pagamentos em espécie e por PIX
- Rede incluía conhecidos e familiares
Não era pouco, não. Estamos falando de dezenas de transações — um negócio que, convenhamos, mostra certa 'criatividade' para o lado errado.
O que diz o Tribunal?
O TJMG — que sempre preza pela transparência — informou que o servidor está afastado desde agosto. Coincidência? Acho que não. E mais: o tribunal garante que está colaborando com as investigações.
"O TJMG informa que o servidor está afastado do cargo desde 5 de agosto de 2024 e que presta toda a colaboração necessária aos órgãos de investigação", diz a nota oficial. Formalidades à parte, a situação é constrangedora.
Agora, me diz: não dá uma certa raiva pensar que alguém que deveria zelar pelo patrimônio público — e dos passageiros — se aproveita dessa forma?
E os passageiros?
A grande questão — que muitos devem estar se perguntando — é: quantas pessoas tentaram recuperar seus pertences e encontraram portas fechadas? Quantos achavam que haviam perdido seus objetos para sempre, quando na verdade estavam sendo vendidos por aí?
O caso serve de alerta. Se você já perdeu algo em Confins e desistiu de procurar... talvez valha a pena tentar novamente.
A investigação continua — e promete mais capítulos. Resta saber quantos 'esquecidos' ainda vão aparecer.