
Era o último cartão na manga. A última esperança. Mas o Supremo Tribunal Federal fechou as portas definitivamente para Robinho nesta quinta-feira (28).
O placar final? Justiça 1 x 0 Impunidade.
Por unanimidade, os ministros do STF negaram o recurso do ex-jogador – aquele argumento frágil de que a condenação na Itália por estupro coletivo não valeria aqui no Brasil. Como se fronteiras geográficas pudessem blindar alguém da lei.
O jogo acabou
Nove anos de prisão. Essa é a sentença que pesa sobre os ombros do ex-atacante, condenado desde 2017 por participar de um estupro coletivo contra uma mulher albana num boteco italiano – aquele famoso caso do bar Sio Café, em Milão, que ainda causa repulsa.
O Brasil, diga-se de passagem, já havia aceitado a condenação italiana em 2022. Mas Robinho – ah, Robinho! – teimou em lutar contra o inevitável.
E agora? Agora não há mais para onde correr. O ex-jogador já está detido desde março no Complexo Médico-Prisional de Tremembé, no interior paulista. E é ali que vai ficar pelos próximos anos.
Os detalhes que doem
O processo italiano é um daqueles casos que envergonham até quem torceu pelo jogador nos gramados. Cinco homens envolvidos no crime – todos condenados. A vítima, completamente vulnerável após beber além da conta, foi violentada repetidamente pelo grupo.
E tem mais: as conversas vazadas de Robinho são de cortar o coração. Num áudio que caiu como uma bomba, o ex-craque fez pouco caso da situação, referindo-se à vítima com total desdém. "Estava tão bêbada que não sabia de nada", disse ele, como se isso fosse justificativa para o injustificável.
Que mundo é esse onde famosos acham que a fama é salvo-conduto para atrocidades?
O que dizem os ministros
O relator, ministro Luiz Fux, foi categórico: a cooperação jurídica internacional não é joguinho. O Brasil assinou tratados e precisa cumpri-los. Simples assim.
"A exceção da coisa julgada não prospera", afirmou Fux, secamente. Traduzindo: não há brecha legal que possa salvar Robinho desta.
Os outros ministros acompanharam o voto – e por que não iriam? A decisão italiana foi baseada em provas robustas, testemunhas, perícias... Não era uma acusação vaga. Era a lei funcionando como deveria.
E agora, José?
Robinho tentou de tudo. Alegou que não cometeu crime nenhum (claro). Disse que a relação foi consensual (a sério?). Argumentou que a condenação italiana não se aplicava aqui (como se o crime tivesse nacionalidade).
Nada colou. A Justiça brasileira – que tantas vezes é criticada por morosidade – mostrou que, quando quer, funciona. E funcionou.
O ex-jogador, hoje com 41 anos, terá muito tempo para refletir sobre suas escolhas entre quatro paredes. Enquanto isso, talvez a sociedade possa refletir sobre como trata seus ídolos – e até que ponto o talento esportivo deveria blindar alguém das consequências de seus atos.
Pensem nisso.