Um segurança de 26 anos foi preso e indiciado por homicídio doloso qualificado após atirar e matar um empresário durante uma briga em um bar de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Keven Ígor Silveira Novaes falou pela primeira vez com a imprensa na sexta-feira (5), ao sair algemado do Instituto Médico Legal (IML), e afirmou que agiu em legítima defesa dos pais.
Detalhes do crime e prisão do suspeito
O crime ocorreu no dia 26 de outubro. Keven Ígor foi localizado e preso pela Polícia Militar na quinta-feira (4), escondido entre o forro e o telhado da casa do pai, na cidade de Planalto, a aproximadamente 60 quilômetros de Rio Preto. Ele era considerado foragido desde a data do crime, após a Justiça emitir mandado de prisão.
O suspeito foi filmado saindo de um alçapão, encapuzado e vestindo um moletom preto com shorts verde, no momento da prisão. Keven foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil, conforme informou o delegado Marcelo Ferrari, responsável pela investigação.
Versões conflitantes e laudos periciais
Em declaração à TV TEM, Keven Ígor se disse inocente. "Sou inocente. Foi legítima defesa, estavam espancando meus pais. Eu não tive nenhuma intenção de chegar aonde chegou", afirmou o segurança, que agora aguarda audiência de custódia.
No entanto, os laudos periciais apresentam informações divergentes sobre o crime:
- O primeiro laudo do IML indica que os dois tiros que atingiram a vítima, o empresário Geovani Svolkin, de 30 anos, foram disparados pela frente.
- Já o resultado do Instituto de Criminalística (IC) aponta que um dos tiros atingiu Geovani pelas costas.
Diante da contradição, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) reconheceu a necessidade de aprofundar as investigações e solicitou um laudo complementar. A Justiça estabeleceu um prazo de 90 dias para a conclusão do inquérito.
Reações e contexto da briga
O advogado da esposa de Geovani, Ademilson Miquita, disse estar satisfeito com a prisão e espera que a justiça seja feita. Ele classificou a alegação de legítima defesa como "insustentável" e afirmou que as imagens do crime mostram que Keven agiu com covardia.
Imagens de câmeras de segurança e de clientes do bar mostram a confusão na área externa do estabelecimento e o momento exato em que Keven atira contra Geovani, que caminha ferido pela rua antes de cair desacordado. O empresário foi enterrado no dia 27 de outubro, em Potirendaba (SP).
A reportagem apurou que a briga teria começado por ciúmes, após o irmão de Geovani se incomodar com o suspeito, que supostamente demonstrava interesse por uma amiga dele. Para defender o irmão, Geovani teria se envolvido na discussão e acabou baleado.
Investigação sobre a arma do crime
A arma utilizada no assassinato, uma pistola calibre .40, pertence ao pai de Keven, que é registrado como Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). O pai foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo.
Conforme apurado pela TV TEM, não há registro de autorização da Polícia Federal para que Keven tivesse posse ou porte da arma, considerada de uso restrito.