Quarta suspeita presa no caso Laís: Jennyfer recrutou executor
Quarta suspeita presa no assassinato de Laís em Sepetiba

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quinta-feira (4), a quarta pessoa suspeita de envolvimento no assassinato de Laís de Oliveira Gomes Pereira, ocorrido em novembro. A prisão de Jennyfer Lima da Silva marca mais um passo na elucidação do crime que chocou a comunidade de Sepetiba, na Zona Oeste da capital.

O papel de Jennyfer e a rede do crime

De acordo com as investigações conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Jennyfer teve um papel fundamental na execução do plano criminoso. Ela é acusada de recrutar o executor material do crime, Davi de Souza Malto, e também de indicar o piloto da motocicleta utilizada na ação, identificado como Érick Santos Maria.

As informações sobre a participação de Jennyfer partiram de declarações do próprio Davi Malto, que já se encontra preso. Com essa nova prisão, todos os envolvidos diretamente na ação homicida estão sob custódia das autoridades.

O crime que abalou Sepetiba

Laís Pereira, de 25 anos, foi morta a tiros no dia 4 de novembro, na Travessa Santa Vitória, em Sepetiba. A jovem estava na rua empurrando o carrinho de brinquedo do filho caçula, de apenas 1 ano e 8 meses, quando foi atingida por um disparo na nuca. A criança, felizmente, não se feriu.

As características do crime – execução a tiros em via pública, sem roubo e com a placa da moto utilizada pelos criminosos coberta – apontaram desde o início para um homicídio encomendado.

A mandante e o motivo passional

A investigação não tem dúvidas de que a mandante intelectual do assassinato foi Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, de 21 anos. Ela já estava presa desde 18 de novembro, transferida para o presídio de Benfica, e a Justiça manteve sua prisão preventiva.

O motivo do crime, segundo o Ministério Público e a polícia, foi uma disputa pela guarda da filha mais velha de Laís, Alice, de 4 anos. Gabrielle é a atual companheira do ex-marido da vítima e demonstrava, de acordo com depoimentos, um comportamento obsessivo e controlador em relação à menina, exigindo ser chamada de "mãe".

A prova mais contundente contra Gabrielle veio de mensagens interceptadas de seu celular. Em uma conversa com o marido no dia 29 de setembro, mais de um mês antes do crime, ela escreveu: "Te falar: queria matar demais a Laís. Deus me livre". Diante da resposta do companheiro de que aquilo "nem vale a pena", Gabrielle respondeu de maneira ameaçadora: "Vms ve" (Vamos ver).

Para a promotora Laíla Antonia Olinda de Magalhães, a mensagem é um "indício inequívoco de intenção". A investigação apurou ainda que Gabrielle teria contratado o assassinato por R$ 20 mil.

Investigacao considerada encerrada

O delegado titular do caso, Robinson Gomes, afirmou que, com a prisão de Jennyfer, a investigação sobre o homicídio em si está "encerrada". Ele destacou que as provas coletadas – incluindo depoimentos, exames de celulares e as mensagens – são robustas e confirmam a autoria intelectual.

"Não há dúvida que ela é mandante do crime pelas provas que a gente conseguiu coletar", afirmou o delegado. A defesa de Gabrielle chegou a entrar em contato com a polícia informando sobre a disposição da cliente em se entregar.

Robinson Gomes adiantou, no entanto, que as investigações serão desmembradas para apurar um novo foco: uma possível organização criminosa especializada em estelionato, que pode estar ligada a alguns dos envolvidos.

O caso segue como um exemplo trágico de como conflitos passionais e disputas familiares podem levar a consequências irreversíveis, vitimando uma jovem mãe e deixando duas crianças órfãs.