
Era para ser uma chance de recomeço. Mas, como diz o velho ditado, nem todo mundo aprende na primeira lição. Um homem condenado por estelionato — aquele crime de confiança que deixa rastro de prejuízo e desconfiança — voltou para trás das grades em Santo Anastácio, no interior de São Paulo. E não foi por um novo golpe. Foi por não conseguir seguir regras básicas.
Pois é. O regime semiaberto existe justamente para testar a capacidade de reinserção. Trabalho diurno, retorno à unidade prisional no fim do dia. Parece simples, né? Só que ele, cujo nome não foi divulgado, resolveu ignorar as exigências. Sumiu. Deixou de cumprir as obrigações que mantinham sua liberdade condicional.
Não demorou muito para que a justiça fosse atrás. Um mandado de prisão foi emitido — afinal, descumprir regras assim não é brincadeira. A Polícia Civil entrou em ação e localizou o indivíduo, que foi detido e levado de volta ao sistema prisional. Agora, ele responde não apenas pela original condenação por estelionato, mas também pela quebra do regime.
Não foi a primeira vez
Curioso — ou talvez previsível — é que essa não era a primeira vez que ele desse escapadinha das obrigações legais. Já tinha histórico. Já havia sido advertido. Mas parece que a lição não entrou. Dessa vez, a volta foi definitiva: direto para a cadeia, sem direito a novo experimento de liberdade.
O estelionato pelo qual foi originalmente condenado é um daqueles crimes que corroem a confiança social. Golpes aplicados em pessoas que, muitas vezes, já estão em situação frágil. E ver alguém que comete esse tipo de delito descumprir novamente regras — agora as do Estado — é no mínimo irônico. Triste, mas irônico.
O caso serve como alerta. O sistema oferece oportunidades, mas também exige contrapartida. Quando essa contrapartida some, a resposta é rápida. E dura.
Ele está preso. De novo. E agora, sob condições bem menos flexíveis.