O policial militar Diego Kollucha Santos Vasconcelos foi absolvido pela Justiça após um julgamento por júri popular. Ele era acusado de ser o autor do assassinato da gerente de supermercado Juliana de Jesus Ribeiro, ocorrido em maio de 2023, na cidade de Saubara, no recôncavo baiano.
O veredicto do júri e a decisão judicial
O julgamento aconteceu na quinta-feira, dia 4, no Tribunal do Júri de Santo Amaro. Por decisão dos jurados, Diego Kollucha foi considerado inocente. O colegiado entendeu que as provas apresentadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) não foram suficientes para condená-lo.
Os membros do júri avaliaram que as informações do processo não apontavam o policial como autor dos disparos que mataram Juliana Ribeiro. Além disso, os jurados não ficaram convencidos de que ele teria usado um veículo com placas adulteradas no local do crime, um dos pontos centrais da acusação.
Diante do veredicto, o juiz Abraão Barreto Cordeiro determinou a absolvição imediata do acusado e ordenou sua soltura. Diego Kollucha estava preso desde março de 2024.
Relembre os detalhes do crime
A vítima, Juliana de Jesus Ribeiro, de 30 anos, foi morta a tiros ao sair do trabalho. O crime, registrado por câmeras de segurança, foi classificado pelo MP como uma execução. De acordo com a denúncia, a gerente foi rendida, obrigada a colocar as mãos na cabeça e ficar de costas para o atirador, sem chance de defesa.
Laudos periciais apontaram que Juliana foi atingida diversas vezes à queima-roupa na cabeça, rosto, tórax, abdômen e braços.
O Ministério Público sustentava que Diego Kollucha teria observado a rotina da vítima treze dias antes do crime. No dia do assassinato, ele e um comparsa não identificado teriam usado técnicas semelhantes a abordagens policiais para render Juliana. A motivação para o homicídio nunca foi esclarecida pelas investigações.
A prisão, a fuga e a operação policial
Após ser denunciado, Diego Kollucha fugiu do Batalhão da Polícia Militar em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, no dia 27 de março de 2024. A fuga levou ao desencadeamento da "Operação Sangue Frio", que tinha o policial como um de seus alvos.
Dois dias depois, em 29 de março, ele foi localizado e preso pela polícia na cidade de Feira de Santana. Desde então, aguardava o julgamento em custódia, até ser absolvido pelo júri popular nesta semana.
O caso, que chocou o recôncavo baiano, chegou ao seu desfecho judicial com a absolvição, mas as perguntas sobre a autoria e motivação do crime seguem sem resposta definitiva para a família de Juliana Ribeiro.