Polícia prende pastor suspeito de aplicar golpe 'Boa noite, Cinderela' em canadense
Pastor preso por golpe 'Boa noite, Cinderela' contra turista

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quarta-feira (3), um dos homens suspeitos de aplicar o conhecido golpe do "Boa noite, Cinderela" contra um turista canadense no último mês de outubro. A prisão ocorreu em uma igreja no bairro Galo Branco, em São Gonçalo, região metropolitana da capital fluminense.

Suspeito com extensa ficha criminal

O homem detido foi identificado como André Luiz Gomes da Costa, de 50 anos. No momento da prisão, realizada por policiais da 12ª DP (Copacabana), ele alegou ser pastor. No entanto, de acordo com as investigações, André possui um longo histórico criminal, com pelo menos 14 anotações por crimes como roubo, extorsão e até mesmo outro caso do golpe "Boa noite, Cinderela".

O delegado Ângelo Lages, titular da 12ª DP, destacou a reincidência do suspeito. "Ele é um criminoso contumaz, tem outras passagens até mesmo pela modalidade criminosa", afirmou. O outro indivíduo envolvido no caso, Rodrigo Teixeira Bordado, segue foragido e é procurado pela polícia.

Relembre o caso do turista canadense

A vítima é Cameron Golinsky, de 35 anos, que vive nos Estados Unidos e estava no Brasil para aprender português. Ele relatou ter sido abordado por dois homens em um bar de Ipanema, zona sul do Rio, no dia 26 de outubro. A dupla o convidou para uma cerveja e depois o persuadiu a levá-los até seu apartamento.

No local, Golinsky acredita ter sido dopado. "Bebi muito pouco, mas me senti extremamente bêbado", contou. Ele disse ter perdido a consciência e só acordou dois dias depois, no dia 28, nu, desorientado e com o apartamento totalmente revirado. Seu celular foi furtado e seus dados biométricos, alterados.

O canadense chegou a suspeitar de ter sofrido abuso sexual, mas exames médicos não encontraram evidências que confirmassem a violação. Em depoimento, ele informou um prejuízo de US$ 3 mil, o equivalente a quase R$ 16 mil na época.

Alívio da vítima e identificação

Em entrevista ao g1, Cameron Golinsky expressou alívio com a prisão de um dos suspeitos. Ele reconheceu André Luiz como um dos golpistas e afirmou esperar que a exposição do caso ajude a proteger outras pessoas.

"O André me soava familiar. Disse que era do interior da Bahia, trabalhava como personal trainer e estava visitando um outro rapaz, por uma semana, para conversar com donos de academias na cidade", relembrou o turista.

O delegado Ângelo Lages ressaltou que a investigação ganhou força após a vítima expor o ocorrido nas redes sociais. "Com as imagens do dia do crime, conseguimos identificar um dos autores", explicou. A polícia segue com as buscas pelo segundo suspeito, Rodrigo Teixeira Bordado, para concluir o inquérito.