Ronnie Lessa é transferido para Brasília após condenação de 78 anos por morte de Marielle
Lessa transferido para presídio em Brasília após condenação

O ex-policial militar Ronnie Lessa, condenado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi transferido neste sábado (22) para a Penitenciária IV do Distrito Federal, em Brasília. A escolta foi realizada pelo Comando de Operações Táticas da Polícia Federal.

Trajetória prisional do assassino confesso

Desde junho de 2024, Lessa cumpria pena na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. A decisão pela transferência partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que reconsiderou pedido anteriormente negado.

Na unidade paulista, o ex-PM estava isolado na cela conhecida como "seguro", sem contato com outros detentos. Após concluir o período de observação de três semanas, Lessa continuou em regime de isolamento por questões de segurança.

Condenação histórica e delação premiada

Em 30 de outubro de 2024, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Ronnie Lessa a 78 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de:

  • Duplo homicídio triplamente qualificado
  • Tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves
  • Receptação de veículo clonado

Seu comparsa, o também ex-PM Élcio Queiroz, recebeu pena de 59 anos e 8 meses pelos mesmos crimes. Ambos terão redução no tempo de execução da pena por terem firmado acordos de delação premiada.

Indenizações e desfecho judicial

Os condenados ainda devem pagar indenização de R$ 3,5 milhões às famílias de Marielle Franco, Anderson Gomes e Fernanda Chaves, assessora da vereadora que sobreviveu ao atentado ocorrido em março de 2018.

A transferência para Brasília aconteceu após a defesa de Lessa argumentar que o isolamento em Tremembé colocava em risco sua integridade física e psicológica. Inicialmente, foi solicitada a transferência para o Centro de Internamento e Reeducação da Fazenda da Papuda, mas a superlotação de 151% na unidade levou à indicação da Penitenciária IV como alternativa.

O deslocamento foi realizado em avião da Polícia Federal, marcando mais um capítulo no caso que chocou o Brasil e completa seis anos em 2024.