
O tribunal de São Carlos se prepara para um daqueles julgamentos que param a cidade. Na segunda-feira, 20 de outubro, começa o julgamento do motociclista que, sem ter sequer carteira de motorista, tirou a vida de Luisa Baptista - uma triatleta que carregava nas costas os sonhos de uma geração.
E olha que o caso é mais complexo do que parece à primeira vista. O promotor Rafael Carvalho não está com meias medidas: quer condenação por homicídio doloso. Sim, doloso! A acusação sustenta que o motociclista, sabendo que não tinha habilitação, assumiu conscientemente o risco de matar alguém.
Os Detalhes que Chocaram
Aquele 14 de outubro de 2023 não era um dia qualquer. Luisa, com apenas 26 anos, treinava na Avenida São Carlos quando a moto a atingiu. O impacto foi brutal. A jovem, que já representara o Brasil em competições internacionais, não resistiu.
O que mais causa indignação? O motociclista não só não tinha CNH como a moto estava irregular - documento atrasado, aquela velha história de deixar pra depois. E o pior: testemunhas disseram que ele corria, fazia aquelas ultrapassagens perigosas que a gente vê todo dia e torce para não dar em tragédia.
O que Esperar do Julgamento
O julgamento promete ser tenso. Vai funcionar assim:
- Primeiro dia (20/10): Escolha do júri - sete pessoas que vão carregar o peso dessa decisão
- Segunda etapa: A acusação e a defesa apresentam suas versões, cada uma tentando convencer os jurados
- Momento crucial: Os jurados se reúnem sozinhos para decidir - sim ou não pela condenação
Se condenado, o réu pode pegar de 1 a 3 anos de cadeia. Mas calma, tem um porém: como é primeiro delito, talvez cumpra em regime semiaberto. Essa possibilidade já está gerando debates acalorados pela cidade.
Além do Acidente
O caso da Luisa virou símbolo de algo maior. Nas redes sociais, o assunto explode. É gente questionando a fiscalização, a impunidade no trânsito, aquela sensação de que poderia ter sido qualquer um de nós.
E pensar que a triatleta tinha tudo pela frente - talento, determinação, aquela luz que poucos têm. Sua morte deixou não só uma família de luto, mas todo o esporte brasileiro mais pobre.
O julgamento, mais do que decidir o futuro de um homem, vai mandar um recado importante sobre como nossa sociedade lida com a irresponsabilidade no volante. E São Carlos, com seus olhos voltados para o fórum, aguarda ansiosa por justiça.