O processo judicial sobre a morte do menino Henry Borel, de 4 anos, ocorrida em 2021, avança para sua fase decisiva com a marcação do júri popular dos acusados. A data foi estabelecida pela Justiça do Rio de Janeiro para 23 de março de 2025, às 9h, no Tribunal do Júri da capital fluminense.
Longa espera por justiça
Leniel Borel, pai da criança, acompanha todos os desdobramentos do caso desde o início e recebeu a notícia da data do júri com sentimentos contraditórios. Em declaração, ele descreveu um "mistura de dor e esperança" ao finalmente ver o processo chegar a esta etapa crucial.
O menino Henry Borel faleceu em março de 2021 em circunstâncias que chocaram o país. As investigações apontaram que a criança foi vítima de violência doméstica, com o Ministério Público sustentando que Henry sofreu agressões e que Monique Medeiros, mãe do menino e companheira do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, tinha conhecimento da situação.
Versões contraditórias e laudos periciais
Os réus na ação sempre defenderam que a morte do menino foi resultado de um acidente doméstico. No entanto, laudos oficiais descartaram completamente essa versão, fortalecendo a tese do Ministério Público de que houve violência contra a criança.
Para Leniel Borel e seus advogados, o júri representa muito mais do que apenas um julgamento criminal. "É a sociedade dizendo o que aceita ou não em relação à violência contra crianças", enfatizou o pai, durante acompanhamento do processo.
Documentário revive o caso
Em 2025, o caso ganhou nova atenção com o lançamento do documentário "A Marca da Maldade", produção exclusiva da revista VEJA que revisitou todos os detalhes da tragédia. A obra mostra a luta de Leniel Borel para ressignificar o que ele mesmo classifica como uma "perda irreparável".
Com a data do júri finalmente definida, o processo entra em sua reta final após quase quatro anos de tramitação judicial. O julgamento por júri popular representa o momento decisivo para que a Justiça se pronuncie sobre a morte do menino que comoveu o Brasil e reacendeu o debate sobre violência infantil no país.