Ex-policial e PM condenados a 43 anos por chacinas em Mogi das Cruzes
Ex-policial e PM condenados a 43 anos em Mogi

Condenação histórica em caso de violência policial

O ex-policial militar Fernando Cardoso Prado de Oliveira e o PM Vanderlei Messias de Barros foram condenados a 43 anos, seis meses e 20 dias de prisão pelos assassinatos de Rafael Augusto Vieira Muniz e Bruno Fiusa Gorrera. O crime ocorreu em 24 de setembro de 2014, no Jardim Camila, em Mogi das Cruzes.

Detalhes do julgamento

O resultado foi anunciado na noite de sexta-feira (28), durante o segundo dia do júri popular no Fórum de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes. O julgamento começou na quinta-feira (27) por volta das 11h20, quando todas as testemunhas e os réus foram ouvidos.

Originalmente marcado para 18 de fevereiro, o júri precisou ser remarcado para novembro devido à falta de uma testemunha. Na sexta-feira, os trabalhos foram retomados com os debates entre acusação e defesa.

Longa trajetória judicial

Este não foi o primeiro júri pelo qual os acusados passaram. Em fevereiro de 2019, ambos foram a júri popular pelo mesmo crime, mas foram absolvidos. Após recurso da acusação, o Tribunal de Justiça anulou a decisão e determinou novo julgamento.

O advogado Frederico Costa, assistente de acusação, manifestou esperança na nova decisão: "A gente acredita que seja feita justiça. Existem provas nos autos que demonstram que cometeram o crime".

Fernando Cardoso já havia passado por outro júri em outubro de 2018, quando foi absolvido pela morte do jovem Matheus Aparecido da Silva e pela tentativa de homicídio de Rodrigo Matos de Camargo de Souza Lima durante as chacinas de 2013 e 2015.

Contexto de violência

Os crimes integram uma série de ataques a tiros que resultaram na morte de 26 jovens em Mogi das Cruzes entre 2013 e 2015. A condenação atual soma-se a penas anteriores aplicadas aos réus.

Em agosto de 2019, Cardoso e Messias já haviam sido condenados em outro júri. Fernando Cardoso recebeu 132 anos e cinco meses de prisão por seis homicídios dolosos, três tentativas de homicídio e associação criminosa.

Já Vanderlei Messias foi condenado a 85 anos e nove meses de reclusão por três homicídios e duas tentativas de homicídio. Enquanto Cardoso foi demitido da PM em fevereiro de 2018, Messias manteve sua patente e está preso no presídio militar Romão Gomes.

As condenações deste último júri referem-se especificamente a dois homicídios qualificados, uma tentativa de homicídio, com agravante de formação de grupo de extermínio e de dificultar a defesa das vítimas.