Técnica de enfermagem é investigada por venda ilegal de Mounjaro em hospital de Santos
Enfermeira vende Mounjaro ilegalmente dentro de hospital

A Polícia Civil de São Paulo abriu uma investigação contra uma técnica de enfermagem de 35 anos, suspeita de comercializar medicamentos controlados de forma ilegal. O caso ocorreu dentro do próprio hospital onde a mulher trabalhava, na cidade de Santos, no litoral paulista.

Operação policial apreende medicamentos

As investigações, conduzidas pelo 2º Distrito Policial (DP) de Santos, começaram após uma denúncia anônima. A informação era de que a técnica e uma colega de trabalho estavam armazenando e vendendo o medicamento Mounjaro (Tirzepatida) sem a devida autorização sanitária ou prescrição médica.

Diante das evidências, a 7ª Região Administrativa Judiciária (RAJ) de Santos expediu mandados de busca e apreensão para três endereços: o hospital e as residências das duas suspeitas. A operação foi realizada na terça-feira, dia 2.

Produtos encontrados e confissão

Durante a ação na casa da técnica de enfermagem, localizada no bairro Canto do Forte, em Praia Grande, os policiais encontraram duas ampolas de Mounjaro. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a mulher confessou ter adquirido o remédio por correio, após pagar cerca de R$ 1 mil.

Ela foi conduzida à delegacia para prestar depoimento, onde admitiu a compra irregular. O caso foi enquadrado como tráfico ilegal de medicamentos. A suspeita foi liberada após a oitiva, mas os medicamentos e seu celular foram apreendidos para continuidade das investigações. O registro policial inclui os crimes de contrabando e cumprimento de mandado.

Hospital afasta funcionárias e se posiciona

O Hospital Ana Costa, onde as duas mulheres trabalhavam, emitiu uma nota informando que as funcionárias foram afastadas preventivamente enquanto as investigações policiais estão em andamento. A instituição ressaltou que não é parte do inquérito e que está à disposição das autoridades para colaborar.

"A instituição não é parte das averiguações em andamento. O hospital aguarda o encerramento do inquérito e reitera que está integralmente à disposição das autoridades", afirmou o comunicado.

Entenda os riscos das "canetas emagrecedoras"

O Mounjaro, assim como o Ozempic e o Wegovy, pertence a uma classe de medicamentos injetáveis conhecidos popularmente como "canetas emagrecedoras". Eles imitam a ação do hormônio GLP-1, liberado naturalmente após as refeições, que ajuda no controle do apetite e aumenta a sensação de saciedade.

Especialistas alertam que o uso desses medicamentos sem prescrição e acompanhamento médico representa graves riscos à saúde, podendo causar efeitos colaterais severos. A venda irregular, além de crime, coloca em risco a população que busca tratamentos sem orientação adequada.

A Polícia Civil segue com as investigações para apurar a extensão da rede de venda ilegal e a origem dos medicamentos apreendidos.