
Dois anos se passaram, mas a ferida ainda sangra na comunidade de São José. Aquele 8 de outubro de 2023 deixou marcas profundas - e agora a Justiça finalmente coloca os acusados no banco dos réus.
Era por volta das 19h30 quando o silêncio da noite foi quebrado por tiros. Muitos tiros. Na Rua João Goulart, no bairro Forquilhas, um professor - cujo nome preservamos por respeito à família - tombou sem chance de defesa. Execução pura, direta, cruel.
Os acusados: laços de sangue no banco dos réus
O Ministério Público aponta o dedo para dois homens que compartilham mais do que o sobrenome. Tio e sobrinho, unidos pelo sangue e agora pelo crime. A acusação é pesada: homicídio qualificado.
Qualificado por quê? Pelas piores razões, diga-se de passagem. Por motivo fútil - sim, algo insignificante teria desencadeado tamanha violência. Por meio cruel - a vítima não teve qualquer oportunidade. E para assegurar a impunidade de outro crime.
- Edson Luiz da Silva, o tio
- E um sobrinho cujo nome a Justiça mantém sob sigilo por ser menor na época
Curioso - ou trágico - notar que o sobrinho completou 18 anos pouco depois do crime. A vida adulta chegou com a pesada herança de uma acusação de homicídio.
Os detalhes que arrepiam
Os investigadores reconstruíram a cena com precisão cirúrgica. Os dois chegaram de carro, pararam próximo ao professor e... bem, o resto você já imagina. Disparos múltiplos, sem diálogo, sem aviso. A frieza impressiona.
O carro usado na ação? Um Fiesta preto. A arma? Calibre .38. Tudo meticulosamente planejado, tudo executado com precisão mortal.
E sabe o que é mais perturbador? O motivo seria uma rixa antiga, algo que poderia ter sido resolvido com palavras, não com balas. Mas no calor dos ânimos - ou na frieza do ódio - a vida perdeu o valor.
O longo caminho até o banco dos réus
Dois anos não é pouco tempo. A família da vítima esperou 730 dias por este momento. A denúncia do Ministério Público finalmente chegou, mas a sensação é que a justiça anda de passo muito lento.
Os acusados seguem presos - algo que traz algum alívio, convenhamos. Mas ninguém celebra. Uma vida foi ceifada, outras duas estão praticamente destruídas. Todos perdem nessa história triste.
O caso agora segue seu curso legal. Testemunhas serão ouvidas, provas analisadas, argumentos trocados. O professor não voltará, mas talvez - apenas talvez - a família encontre algum tipo de paz quando a sentença for proferida.
Enquanto isso, São José tenta seguir em frente, mas carrega nas ruas a lembrança de que a violência pode bater à porta de qualquer um, a qualquer hora.