Justiça decreta prisão de suspeitos por morte violenta em Alto de Pinheiros
A Justiça de São Paulo acatou nesta quinta-feira, 27 de junho, o pedido do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e decretou a prisão preventiva de dois homens suspeitos de participarem da morte do cabeleireiro José Roberto Silveira, conhecido como Betto Silveira. O crime ocorreu no bairro de Alto de Pinheiros, Zona Oeste da capital paulista.
O corpo da vítima de 59 anos foi encontrado no sábado, 22 de junho, dentro de sua residência na Rua Pio XI. Betto Silveira estava amarrado e amordaçado, com as mãos e pés presos por um fio de telefone e a boca tapada por uma toalha de rosto.
Cenas do crime revelam violência
Segundo relatos policiais, o cabeleireiro apresentava hematomas nos braços, ombro e nariz. Havia marcas de sangue sobre a cama e travesseiros onde a vítima foi encontrada. No banheiro, os investigadores localizaram uma faca sobre a pia, mas sem vestígios aparentes de sangue.
O corpo foi descoberto pelo sócio do cabeleireiro e por uma prima, que se dirigiram à casa após várias tentativas frustradas de contato com Betto. Eles acionaram a Polícia Militar, que constatou o óbito no local.
Imagens de câmeras de segurança foram cruciais
O DHPP divulgou que realizou a identificação dos suspeitos após análise das câmeras de segurança da rua. As imagens mostram que a vítima saiu de carro às 1h39 e retornou às 2h13, quando entrou na residência.
Às 5h53, as câmeras registraram os dois homens agora identificados abrindo o portão e saindo da casa a pé. De acordo com Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, tudo indica que Betto retornou à residência acompanhado.
"O que tudo indica mesmo é que ele entrou com alguém, foi com duas pessoas para casa, ou elas já estavam lá, mas chegam com ele", afirmou a delegada. "A motivação, por enquanto, como nós não temos, nos parece que foi alguém que entrou com ele. Pode ter sido uma discussão que aconteceu lá. Não tem indícios de que foi roubado alguma coisa, pelo menos por enquanto."
Idosa de 98 anos estava no local sem saber do crime
Uma situação comovente veio à tona durante as investigações: Betto Silveira era o principal responsável por cuidar de sua mãe de 98 anos, que tem dificuldade de mobilidade. A idosa estava na casa durante todo o ocorrido, mas só acordou no dia seguinte pensando que o filho havia saído cedo e a deixado sem comer.
Foi ela quem, ao perceber a situação incomum, chamou a sobrinha. A prima narrou que a tia estava trancada dentro de casa sozinha e precisou solicitar ajuda de vizinhos para entrar no imóvel.
A Polícia Militar não encontrou sinais de arrombamento na propriedade. No andar inferior da casa funcionava o salão de beleza de Betto Silveira, segundo relatos de amigos da vítima.
Na noite de quarta-feira, 26 de junho, a Polícia Militar chegou a deter um outro suposto suspeito do crime, mas ele foi liberado após prestar depoimento. As investigações continuam em andamento para esclarecer todos os detalhes deste crime que chocou a comunidade do Alto de Pinheiros.