Comandante dos Bombeiros do Fundão se demite após estupro coletivo
Demissão de comandante após estupro em quartel

Comandante renuncia após grave caso de abuso sexual no quartel

O comandante dos Bombeiros Voluntários do Fundão, José Sousa, apresentou sua demissão neste sexta-feira (28) após uma denúncia de abusos sexuais dentro do quartel da corporação. O caso envolve 11 agentes suspeitos de participarem no estupro coletivo de um jovem de 19 anos.

Detalhes do caso e prisões

De acordo com informações da 'SIC Notícias', o líder da corporação considerou que, após os fatos denunciados, não estava em condições de continuar exercendo suas funções. Em mensagem à corporação, Sousa declarou estar com "o coração pesado, mas com a dignidade que a casa merece".

A Polícia Judiciária já efetuou a prisão de oito dos 11 bombeiros suspeitos dos crimes de estupro e coação sexual. A corporação informou que todos os oficiais envolvidos foram suspensos, seguindo uma investigação interna.

Mensagem do ex-comandante à corporação

Em comunicado dirigido ao quadro ativo, José Sousa explicou sua decisão de se afastar: "Depois de tudo o que aconteceu, apresentei a minha demissão do cargo de comandante. Esta decisão foi tomada com sentido de responsabilidade e, acima de tudo, com respeito pelos superiores interesses da instituição".

O ex-comandante pediu à corporação que "permaneça unida e que apoie o comando que continuará", destacando ainda que "nunca abandonou os colegas, nem jamais lhes virará as costas".

Cronologia dos fatos

Os 11 elementos da corporação foram presos na terça-feira (25 de novembro) por suspeita de estupro contra um jovem bombeiro de 19 anos. Os crimes teriam ocorrido dentro do quartel, durante um "trote duvidoso" ao novo membro da corporação em setembro.

A própria vítima denunciou os fatos às autoridades, com o apoio do Comando da corporação que, segundo a PJ, "em todo o momento colaborou com a Polícia".

Medidas judiciais e restrições

O tribunal impôs várias restrições aos acusados:

  • Proibição de contatos com a vítima
  • Impedimento de oito bombeiros de entrarem e frequentarem o quartel
  • Proibição de frequentar a residência e local de trabalho da vítima
  • Distância mínima de 500 metros da vítima
  • Proibição de contato com outros réus e testemunhas

A decisão considerou os "elementos de prova recolhidos até ao momento" e verificou existirem "perigos de continuação da atividade criminosa".

Posicionamento institucional

José Sousa afirmou que, assim que teve conhecimento do "comportamento absolutamente inqualificável", sua prioridade "foi, e continuará sempre sendo, a defesa, o apoio e a proteção da vítima e da sua família".

O ex-comandante garantiu que "nunca tive conhecimento prévio de quaisquer atos semelhantes por parte dos suspeitos" e determinou imediatamente "o apoio integral à vítima" e a "abertura de um processo disciplinar".

Em suas palavras finais, Sousa foi enfático: "Quem pratica atos desta natureza não tem lugar nesta, nem em qualquer outra instituição que viva da confiança do povo".