O caso envolvendo o banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, alcançou o Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (28 de novembro de 2025), em mais um capítulo da investigação sobre uma suposta fraude de R$ 12 bilhões.
Distribuição no STF e pedido da defesa
A defesa de Vorcaro apresentou uma reclamação ao STF pedindo que o ministro Nunes Marques fosse o relator do processo, argumentando conexão com um inquérito já sob sua relatoria. No entanto, o sorteio designou o ministro Dias Toffoli como responsável pelo caso.
O recurso ao Supremo ocorreu porque a Polícia Federal encontrou, durante as buscas da Operação Compliance Zero, um documento que mencionava um deputado federal. Como parlamentares possuem foro privilegiado, os advogados alegaram conexão entre as investigações para justificar a subida do caso à corte máxima.
Liberdade após prisão
Na mesma sexta-feira, a desembargadora Solange Salgado, do TRF-1, revogou a prisão de Daniel Vorcaro e dos demais alvos da operação. O banqueiro estava detido no CDP 2 de Guarulhos desde o início da semana, após ser transferido da custódia da PF.
Vorcaro havia recorrido ao Superior Tribunal de Justiça para tentar sua soltura. Ele foi preso inicialmente no dia 17 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, com a PF alegando risco de fuga. Investigadores acreditavam que ele pretendia viajar para Malta após anunciar a venda do Banco Master para um consórcio internacional.
A defesa, por outro lado, sustenta que a viagem seria para Dubai e que o Banco Central foi informado previamente sobre os planos.
Operação e investigação bilionária
Daniel Vorcaro é investigado por suposta fraude de R$ 12 bilhões em operações envolvendo carteiras de crédito repassadas ao Banco de Brasília. O BRB havia anunciado a compra do Banco Master em março, mas o negócio foi barrado pelo Banco Central.
Pouco antes da prisão do banqueiro, o BC decretou a liquidação da instituição financeira, marcando o ápice de uma crise que agora chega ao STF e continua a gerar desdobramentos no sistema judiciário brasileiro.