Em um revés jurídico que contrasta com a celebração esportiva, o atacante Bruno Henrique, 34 anos, foi declarado réu pela acusação de estelionato. A decisão ocorreu na quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, apenas um dia após o jogador conquistar o título do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo.
Decisão judicial unânime reverte cenário anterior
A Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) acolheu, por unanimidade, o recurso do Ministério Público do DF (MPDFT). O caso tem origem em investigações que também envolveram o irmão do jogador, que igualmente se tornou réu.
Esta não é a primeira vez que o atleta enfrenta a Justiça por suspeitas relacionadas a apostas. Em julho de 2025, Bruno Henrique havia sido absolvido de uma acusação de fraude esportiva. Na ocasião, o juiz Fernando Brandini Barbagalo também negou o pedido para que ele fosse processado por estelionato, argumentando que a casa de apostas precisaria apresentar uma denúncia formal contra o apostador, o que não teria acontecido.
Novo entendimento sobre a representação das casas de apostas
O ponto central que levou à reversão da decisão foi o entendimento do desembargador Demétrius Gomes sobre a representação legal das empresas de apostas. O magistrado considerou que a comunicação feita pela International Betting Integrity Agency (IBIA) – uma associação internacional que zela pela integridade das apostas – tem capacidade de representar os interesses das casas de aposta filiadas.
Em sua fundamentação, o desembargador afirmou: “As empresas vítimas demonstraram interesse na punição dos investigados. Essa colaboração ativa e tempestiva afasta qualquer argumento de inércia da representação”. Este novo posicionamento abriu caminho para que a acusação de estelionato seguisse adiante.
Contraste entre glória no campo e problemas na Justiça
A notícia chega em um momento de grande euforia para o jogador e sua torcida. Na quarta-feira, 3 de dezembro, Bruno Henrique estava em campo, no Maracanã, ajudando o Flamengo a garantir o título do Brasileirão 2025. Menos de 24 horas depois, ele recebia a notícia da decisão judicial que o torna réu.
O caso agora segue seu curso legal, com o atleta e sua defesa tendo que se preparar para as próximas etapas do processo. A situação coloca um ponto de interrogação sobre o futuro imediato do jogador, que vive seu auge esportivo, mas enfrenta sérias questões na esfera judicial.
A decisão unânime do TJDFT marca uma virada significativa no processo e demonstra a complexidade de casos que envolvem o crescente mercado de apostas esportivas no Brasil. O desfecho deste caso será acompanhado de perto não apenas pelo mundo do futebol, mas também pelo setor jurídico, que começa a estabelecer precedentes importantes nessa nova fronteira do direito penal.
