A defesa do homem acusado de assassinar um vigia em um shopping de Palmas tomou uma atitude inesperada. O advogado Zenil Drumond, que representa Waldecir José de Lima Júnior, protocolou uma petição na Justiça indicando o local onde estaria a arma utilizada no crime. O objeto deve ser recolhido pela polícia para análise pericial.
Petição da defesa e decisão judicial
Na petição criminal, o defensor informou que a arma usada para matar o vigia Dhemis Augusto Santos, de 35 anos, está em um endereço da Arne 12, antiga quadra 106 Norte. Ele solicitou que uma equipe da 1ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Palmas faça o recolhimento "em dia e horário a ser combinado com a defesa".
A 1ª Vara Criminal da capital tocantinense deferiu o pedido, mas com uma alteração importante. O juiz determinou que o dia e o horário do recolhimento ficam a critério da própria DHPP, que deverá coordenar a ação. A decisão destacou que o Ministério Público não se opôs ao pedido, diante da necessidade de o instrumento do crime ser periciado.
O crime e a fuga do suspeito
O assassinato ocorreu na noite de sábado, 29 de junho, no estacionamento de um shopping da quadra 203 Sul, região central de Palmas. Tudo começou com uma discussão porque Waldecir, ao estacionar seu carro de luxo, atingiu uma baliza sinalizadora. O vigia Dhemis, funcionário de uma empresa terceirizada que atua no Aldeia Mall, o advertiu sobre a parada irregular.
O desentendimento escalou rapidamente. Circuito de câmeras de segurança do shopping registrou o momento em que o suspeito sacou uma pistola da cintura e atirou contra o vigilante. O disparo atingiu o abdômen da vítima, que foi socorrida e levada para o Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu aos ferimentos.
Após o crime, Waldecir fugiu e segue foragido. A Polícia Civil já divulgou um cartaz de procurado com a foto do suspeito. Em entrevista à TV Anhanguera, o advogado Zenil Drumond afirmou que seu cliente teme se entregar. "Neste momento ele não se sente seguro para se apresentar devido à grande repercussão, ao grande clamor social e que no momento adequado ele será apresentado", destacou o defensor.
Repercussão e histórico do caso
A polícia localizou o carro envolvido no crime na casa do suspeito, na região central de Palmas. O veículo estava coberto por uma lona. Ao entrar no local, os agentes não encontraram Waldecir, mas apreenderam munições. A Justiça já decretou a prisão preventiva do acusado.
Waldecir tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Investigação da TV Anhanguera apurou que ele já foi condenado em 2013 por porte ilegal de arma, flagrado com uma arma sem autorização em uma churrascaria.
Do outro lado, a tragédia devastou a família de Dhemis Augusto Santos. Natural de Sergipe, ele havia morado na Bahia antes de se mudar para o Tocantins em busca de emprego, há cerca de um ano. Seu irmão, Dhemysson dos Santos, viu as imagens do crime e se disse revoltado. "[Espero que a polícia] corra atrás e prenda ele. Para dar justiça, que ele [Dhemis] merece justiça. Ele não merecia uma coisa dessa não", desabafou.
O shopping Aldeia Mall emitiu uma nota lamentando o assassinato e repudiando qualquer forma de violência. O caso segue sob investigação da 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP) de Palmas.
