Júri Popular Decide: Acusado de Estuprar e Assassinar Estudante Amelia Vitoria Enfrenta Julgamento em Goiás
Acusado de matar estudante Amelia Vitoria vai a júri

O silêncio no tribunal era quase palpável. Quase dois anos se passaram desde aquela noite de terror que tirou a vida de Amelia Vitoria, mas a dor — essa, permanece viva como se fosse ontem. Agora, finalmente, o homem acusado por esse crime hediondo enfrenta o peso da justiça.

Era outubro de 2023 quando a jovem de apenas 19 anos sumiu sem deixar rastros. Uma estudante comum, com sonhos simples e toda uma vida pela frente. O que se seguiu foram dias de angústia até que o pior se confirmou: seu corpo foi encontrado em uma área rural de Senador Canedo, município que fica ali na região metropolitana de Goiânia.

A perícia não deixou dúvidas — Amelia foi vítima de violência sexual antes de ser brutalmente assassinada. O laudo técnico apontou estupro e homicídio qualificado, aquela combinação monstruosa que tira o sono de qualquer comunidade.

O Longo Caminho até o Júri

Parece que foi ontem, mas já se vão quase 24 meses de investigações, audiências, recursos. O processo andou a passos lentos pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Goiânia, até que esta segunda-feira, 7 de outubro de 2025, marcou o início do tão aguardado julgamento.

O Ministério Público não poupou esforços — a denúncia é pesada, muito pesada mesmo. Estupro vulnerável seguido de morte. Homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel. E para completar, ocultação do cadáver. São acusações que, se comprovadas, podem significar décadas atrás das grades.

O defensor público, é claro, trabalha na outra ponta. Alega que não há provas concretas ligando seu cliente ao crime. Diz que o caso se baseia em circunstâncias, não em evidências sólidas. Uma daquelas defesas que prometem virar o jogo completamente.

Um Julgamento que Vai Além do Tribunal

O que me impressiona, francamente, é como casos como esse transcendem as paredes do tribunal. Tornam-se símbolos. Amelia não era apenas uma vítima — representava tantas outras jovens que têm suas vidas interrompidas pela violência brutal.

Enquanto os jurados se preparam para ouvir os depoimentos, a família de Amelia aguarda ansiosa por justiça. São dias que parecem não acabar, noites sem dormir, aquele vazio que nenhuma sentença vai preencher completamente.

O julgamento promete ser longo — e intenso. Testemunhas serão ouvidas, perícias revisadas, versões confrontadas. Tudo sob o olhar atento de uma sociedade que parece cada vez mais cansada de impunidade.

Restam muitas perguntas, é verdade. Mas uma coisa é certa: o destino do acusado agora está nas mãos de sete cidadãos comuns. Gente como a gente, que levará para a sala do júri não apenas as provas, mas seus próprios valores e concepções sobre justiça.