O tribunal falou, e a sentença foi tão pesada que até o ar na sala pareceu ficar mais denso. Um homem, cujo nome não vou repetir aqui para não dar mais ibope que o necessário, acaba de ser condenado a nada menos que 84 anos e 8 meses atrás das grades.
Imagine só: 84 anos. É tempo demais para uma vida, uma sentença que ecoa a brutalidade do que aconteceu naquele dia fatídico em Tres Ríos.
A história, que remonta a 2022, é daquelas que a gente lê e espera nunca testemunhar. Duas vidas ceifadas de forma violenta, executadas a tiros numa cena que mais parece roteiro de filme policial dos ruins. O que motivou tamanha barbárie? Briga, dizem. Desavença pessoal. Coisa de gente que não sabe resolver problema na conversa.
Os Detalhes que Arrepiam
O julgamento, que rolou na 2ª Vara Criminal da cidade, foi um daqueles processos que não deixam dúvida. As provas eram sólidas como rocha, testemunhas confirmaram a narrativa, e o autor foi identificado como o único responsável pela tragédia. Dois homicídios qualificados – e qualificado aqui é eufemismo para algo horrível – por motivo fútil e usando recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
Traduzindo: ele atirou. Elas não tiveram chance.
Uma Peninha que Não Veio
O réu, é claro, tentou se safar. Alegou legítima defesa, uma história mal contada que não colou nem um pouco com os jurados. A defesa pediu pena mais branda, mas o Ministério Público foi implacável – e com razão. Promotor de Justiça Lucas Andrade Miranda não só pediu a condenação como destacou a gravidade do caso. "Crimes bárbaros", disse ele, que exigem resposta firme do Estado.
E a resposta veio: 84 anos e 8 meses. É quase uma vida inteira na cadeia, uma sentença que manda recado claro para quem acha que pode fazer justiça com as próprias mãos.
O caso agora segue para apelação, como é direito de qualquer condenado. Mas difícil imaginar um tribunal reduzindo pena tão significativa para crime tão hediondo. A sociedade de Tres Rios, que acompanhou o caso com atenção, parece finalmente respirar aliviada.
Justiça foi feita. Mesmo que tarde, mesmo que nunca devolva as vidas perdidas.
