PRF prende 5 e apreende 62 canetas emagrecedoras ilegais do Paraguai no RS
5 presos com 62 canetas emagrecedoras ilegais no RS

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu cinco pessoas e apreendeu 62 unidades de canetas emagrecedoras contendo tirzepatida, um medicamento de uso controlado, durante operações realizadas na quarta-feira (3) em rodovias do Rio Grande do Sul. As apreensões ocorreram nos municípios de Triunfo, na Região Metropolitana, e em Caxias do Sul, na Serra gaúcha.

Operações em duas cidades interceptam medicamento proibido

Na primeira ação, em Triunfo, os policiais abordaram uma caminhonete que trafegava pela BR-386 com destino a Porto Alegre, após vir de Foz do Iguaçu, no Paraná. Durante a revista, foi encontrada no banco traseiro uma bolsa com 12 caixas contendo 51 ampolas de tirzepatida. O medicamento, fabricado no Paraguai, não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização no Brasil. Um homem e uma mulher que estavam no veículo foram presos em flagrante.

Já em Caxias do Sul, os agentes federais localizaram uma sacola térmica escondida em um dos assentos de um carro. Dentro da bolsa, estavam 11 ampolas do medicamento Tirzec 15, que também tem a tirzepatida como princípio ativo e não tem importação regulamentada no país.

Receitas médicas falsificadas levam a mais prisões

O motorista e duas passageiras do veículo abordado em Caxias do Sul tentaram justificar a posse dos medicamentos. Eles informaram à PRF que haviam ido ao Paraguai para comprar mercadorias e remédios, e apresentaram notas fiscais e receituários médicos como documentação.

No entanto, os policiais notaram que a caligrafia em todos os receituários era idêntica, levantando suspeita de falsificação. Após confirmação, uma das passageiras admitiu que os documentos haviam sido assinados e carimbados em branco antes do preenchimento. Com a confirmação da fraude, os três ocupantes do carro foram presos.

Riscos à saúde e situação legal do medicamento

A tirzepatida é o mesmo princípio ativo presente no medicamento Mounjaro, única marca com autorização da Anvisa para venda no Brasil. A agência reguladora aprova seu uso para tratamento de diabetes tipo 2 e, associado a dieta e exercícios, para controle crônico de peso. Seu uso sem acompanhamento médico adequado, no entanto, pode acarretar sérios riscos à saúde.

No Brasil, apenas produtos registrados na Anvisa podem ser comercializados, e a venda exige prescrição médica válida. A importação e o comércio de medicamentos não regulamentados configuram crime.

Os cinco suspeitos presos nas operações responderão pelos crimes de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. A PRF segue com as investigações para rastrear a origem e o destino final dos medicamentos apreendidos.