
Imagine acordar antes do sol nascer, trabalhar até tarde da noite e ainda assim não ter direito a um salário digno. Essa é a realidade de milhares de norte-coreanos que, segundo denúncias recentes, estão sendo enviados à Rússia em condições que beiram a escravidão.
Não é exagero — é pura crueldade disfarçada de oportunidade. Os trabalhadores, muitos deles sem escolha, são submetidos a jornadas exaustivas em construções, minas e outros setores pesados. E o pior? Quase todo o dinheiro que supostamente ganham vai direto para os cofres do governo de Pyongyang.
Um esquema que não é novidade, mas continua assustando
Você pode estar pensando: "Mas isso já não acontecia?" Sim, mas a escala atual é alarmante. Relatórios indicam que o número de trabalhadores norte-coreanos na Rússia aumentou significativamente desde o início da guerra na Ucrânia — uma mão de obra barata e, digamos, "politicamente conveniente" para Moscou.
Eis o que acontece na prática:
- Passaportes confiscados assim que desembarcam na Rússia
- Monitoramento 24 horas por "supervisores" do regime
- Salários pagos diretamente ao governo norte-coreano (que fica com a maior parte)
- Condições de moradia precárias — dormitórios superlotados são a regra
Não é à toa que especialistas em direitos humanos classificam a situação como "trabalho forçado em escala industrial".
O silêncio que fala volumes
O que mais choca nessa história toda é o cinismo dos governos envolvidos. A Rússia, que se diz defensora da soberania nacional, fecha os olhos para essa violação grotesca. Já a Coreia do Norte, claro, nega tudo — como sempre.
Enquanto isso, famílias inteiras na Coreia do Norte sequer sabem onde seus parentes estão ou em que condições vivem. Alguns trabalhadores desaparecem por anos, sem contato com a terra natal.
Será que a comunidade internacional vai continuar fingindo que não vê? Difícil dizer, mas uma coisa é certa: quando dinheiro e política se misturam, os direitos humanos costumam ser a primeira vítima.