
Parece coisa de filme de espionagem, mas é a mais pura realidade do mundo tributário brasileiro. Enquanto muita gente discute futebol e política, uma revolução silenciosa está acontecendo nos bastidores da arrecadação federal.
O split payment — ou, como alguns especialistas gostam de chamar, 'o divisor de águas da fiscalização' — não é apenas mais uma sigla burocrática. É, na visão aguçada do tributarista Everardo Maciel, uma chave mestra para desbloquear algo na casa dos R$ 500 bilhões. Sim, você leu certo: quinhentos bilhões de reais.
Mas como funciona essa mágica toda? Imagine que toda vez que uma empresa paga por uma mercadoria ou serviço, parte do valor já é separada automaticamente para os impostos. Pronto. Fim do caminho livre para malabarismos contábeis que desviam recursos que deveriam estar financiando hospitais, escolas e estradas.
O que dizem os números?
Os valores são tão astronômicos que chegam a dar vertigem. Maciel, que não é qualquer um no universo tributário (já foi secretário da Receita Federal, pra começar), defende que o potencial de recuperação é simplesmente colossal. E não estamos falando de chute — é cálculo de quem conhece o jogo por dentro.
O mecanismo age como um rastreador implacável, cortando pela raiz a chance de o tributo simplesmente 'desaparecer' no caminho entre comprador e vendedor. A sonegação, claro, sempre encontra brechas, mas essa parece ser uma fechadura bem mais dura de arrombar.
E os impactos práticos?
Além de injetar uma quantia obscena de dinheiro de volta aos cofres públicos, a medida tende a criar um ambiente de negócios mais justo — quem é honesto para de carregar nas costas quem não é. É enxugar gelo? Só o tempo dirá. Mas a expectativa entre os que entendem do riscado é das melhores.
Claro, nada é perfeito. Sempre há ajustes a fazer, resistência de setores que se beneficiam da sombra e um período de adaptação — tudo normal quando uma mudança dessa magnitude entra em cena.
No fim das contas, o que se discute aqui vai muito além de números numa planilha. É sobre equidade, responsabilidade e, quem diria, fazer com que cada real due chegue de fato ao seu destino. Algo que, em um país como o nosso, soa quase como um ato de rebeldia.