
Era ainda de madrugada quando os agentes bateram nas portas — aquela hora em que até os meliantes acham que estão seguros. Na Bahia, uma operação que mistura estratégia policial com contabilidade criativa (do lado errado da lei) resultou na apreensão de patrimônio avaliado em milhões.
Parece roteiro de filme, mas é a vida real: 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos simultaneamente em três cidades baianas. Os alvos? Uma rede suspeita de transformar dinheiro sujo em carros de luxo, imóveis e até obras de arte.
O que a polícia encontrou
Entre os itens confiscados:
- 5 veículos de alta cilindrada (um deles com vidros fumê tão escuros que quase sumiu na noite)
- Documentação de 11 propriedades urbanas e rurais
- Equipamentos de informática com dados criptografados (os peritos estão tendo trabalho)
- R$ 85 mil em espécie — escondido num lugar tão óbvio que até surpreendeu os investigadores
"Quando o sujeito compra uma fazenda com dinheiro vivo mas declara renda de vendedor de pastel, a conta não fecha", brincou um delegado, enquanto conferia a papelada. A operação, batizada ironicamente de "Balanço Patrimonial", envolveu três meses de análise de movimentações bancárias suspeitas.
O esquema
Segundo fontes próximas ao caso, o grupo usava laranjas e empresas fantasmas para "limpar" recursos de origem duvidosa. O modus operandi incluía:
- Superfaturamento de serviços
- Compra e venda relâmpago de imóveis
- "Empréstimos" entre empresas do mesmo conglomerado
Curiosamente, alguns investigados tinham antecedentes por crimes completamente diferentes — de tráfico a estelionato. Parece que diversificaram o portfólio ilegal.
Agora, os bens ficarão sob custódia judicial até que se prove a origem lícita (ou não) dos recursos. Enquanto isso, os advogados dos envolvidos já entraram com os habituais recursos — a justiça, como sempre, vai decidir quem fica com o último capítulo dessa história.