A Polícia Civil de Minas Gerais desencadeou na manhã desta terça-feira (11) a Operação ABCZ em Uberaba, investigando um sofisticado esquema de fraude contábil que teria causado significativos prejuízos financeiros à Associação Brasileira dos Criadores de Zebu.
Detalhes da operação policial
A ação cumpre dez mandados de busca e apreensão e conta com a participação de 35 policiais civis. A operação é coordenada pela Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro de Uberaba, com apoio do Ministério Público de Minas Gerais e determinação do Juízo da 1ª Vara Criminal da cidade.
O Poder Judiciário autorizou ainda o sequestro de bens, valores e direitos dos investigados no montante de até R$ 1,1 milhão, medida que visa garantir o ressarcimento dos prejuízos causados à associação.
Esquema fraudulento desvendado
Segundo as investigações, um ex-colaborador que atuava como coordenador do setor de contabilidade da ABCZ teria articulado, junto a outros suspeitos, um elaborado esquema para desviar recursos da entidade.
O grupo utilizava empresas recém-constituídas de fachada para emitir notas fiscais falsas por serviços que já haviam sido pagos anteriormente. Essa manobra fazia com que a associação realizasse um segundo pagamento pelo mesmo serviço, caracterizando a fraude contábil.
Cronologia das investigações
As apurações tiveram início em julho de 2025, após uma denúncia formal apresentada pelo próprio setor jurídico da ABCZ. A documentação encaminhada às autoridades indicava a existência de um esquema contábil sofisticado, com movimentações financeiras suspeitas ocorridas entre 2024 e junho de 2025.
De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Eduardo Garcia, o grupo se organizava em um "núcleo operacional financeiro", com participação direta do ex-funcionário que coordenava a contabilidade da associação.
A Polícia Civil informou que os resultados parciais da operação e outros detalhes da investigação serão divulgados ainda nesta terça-feira, em coletiva de imprensa marcada para as 11h, na sede do Departamento da Polícia Civil em Uberaba.
O g1 e a TV Integração enviaram solicitação de posicionamento ao MPMG e à ABCZ e aguardam retorno das instituições.