
Era um galpão aparentemente comum no bairro Cajuru, em Curitiba, mas escondia um tesouro pirata que faria qualquer fã da Apple levantar as sobrancelhas. A Polícia Civil, numa ação que parece saída de um filme policial, desmontou uma operação que fabricava capinhas falsificadas com uma qualidade que, pasmem, quase enganava os olhos mais atentos.
O que começou como uma investigação de rotina se transformou num achado e tanto: mais de 17 mil unidades de capinhas e acessórios que copiavam descaradamente os designs da gigante de Cupertino. E olha que não era qualquer falsificação meia-boca - estamos falando de produtos que imitavam desde as famosas capinhas MagSafe até aqueles straps de tirar o fôlego.
O valor da pirataria bem-feita
Quando os policiais fizeram as contas, quase caíram para trás. A estimativa? Algo em torno de R$ 1,5 milhão em mercadorias que nunca passaram pelo controle de qualidade da Apple, mas que chegavam às mãos dos consumidores como se fossem legítimas. Uma verdadeira afronta ao bolso de quem paga caro por originalidade.
O delegado Fábio Ribeiro, que coordenou a operação, não escondeu a surpresa: "A sofisticação era impressionante. Eles replicavam até os menores detalhes, desde as embalagens até os selos de autenticidade. O consumidor comum dificilmente perceberia a diferença".
Como identificar o produto falso?
Mas calma, tem como se proteger. Os especialistas dão algumas dicas básicas:
- O preço muito abaixo do mercado é sempre uma bandeira vermelha
- A qualidade do material - as falsificações costumam ser mais leves e com acabamento irregular
- As embalagens originais têm uma textura e impressão impecáveis
- Os ímãs das capinhas MagSafe originais possuem força e alinhamento perfeitos
E aqui vai um detalhe curioso: os investigadores notaram que os falsificadores estavam acompanhando as tendências de perto. Assim que a Apple lançava um novo acessório, em poucas semanas já tinha versão pirata circulando. Uma agilidade que, convenhamos, até impressiona - pena que usada para o crime.
O que diz a lei?
Esse tipo de operação não é brincadeira não. Quem é pego fabricando ou comercializando produtos falsificados pode responder por crime contra a propriedade intelectual, com penas que variam de 3 meses a 4 anos de detenção. E tem mais: multas que podem chegar a 3 mil vezes o valor dos produtos apreendidos.
O pior de tudo? Esses esquemas prejudicam todo mundo: a empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento, o governo que deixa de arrecadar impostos, e claro, o consumidor que leva gato por lebre.
Agora a investigação continua para descobrir toda a rede por trás desse esquema. Os policiais acreditam que os produtos eram distribuídos para todo o Paraná e possivelmente para outros estados. Uma teia que, felizmente, está sendo desmontada peça por peça.