Homem é indiciado em MT por usar IA para criar nudes falsos e perseguir adolescente
Indiciado em MT por criar nudes falsos com IA e perseguir adolescente

Um caso que parece saído de um roteiro distópico virou realidade em Mato Grosso. Um homem, cujo nome não foi divulgado, foi indiciado por usar ferramentas de inteligência artificial para criar imagens íntimas falsas de uma adolescente e, em seguida, persegui-la nas redes sociais.

Segundo as investigações — que começaram após denúncia da própria vítima —, o suspeito teria utilizado aplicativos de deepfake para gerar fotos comprometedoras da jovem. Não contente, partiu para o assédio virtual, enviando mensagens inapropriadas e ameaçadoras.

Tecnologia a serviço do crime

O delegado responsável pelo caso, em entrevista, foi categórico: "Isso não é brincadeira, é crime mesmo". E explicou que, embora a tecnologia seja nova, a legislação brasileira já prevê punição para quem usa meios digitais para assédio e difamação.

O que mais assustou os investigadores foi a facilidade com que o suspeito conseguiu criar as imagens falsas. "Qualquer um com um celular e acesso à internet pode fazer isso hoje em dia", lamentou um dos peritos.

Vítima teve que mudar rotina

A adolescente, cuja identidade é preservada, sofreu impactos profundos. Teve que:

  • Mudar de escola
  • Deletar todas as redes sociais
  • Fazer acompanhamento psicológico

E o pior? A família quase não acreditou nela no início. "Pensaram que era exagero de adolescente", contou uma vizinha que preferiu não se identificar.

O perigo mora ao lado (virtual)

Especialistas em segurança digital alertam: casos como esse tendem a aumentar. Com a popularização de apps de edição de fotos e vídeos por IA, fica cada vez mais difícil distinguir o real do falso.

"Antes o assediador precisava pelo menos ter alguma habilidade com Photoshop. Hoje, qualquer um pode criar conteúdo falso em minutos", explica uma pesquisadora de crimes cibernéticos.

O caso serve de alerta para pais e educadores. Num mundo onde a tecnologia avança mais rápido que a legislação, a melhor defesa ainda é a informação e o diálogo.