Golpe de leilão falso dos Correios: Justiça culpa consumidora por pagar R$ 87 em iPhone inexistente
Golpe do iPhone a R$87: Justiça culpa vítima por fraude

Numa dessas furadas que só a internet é capaz de proporcionar, uma consumidora de Santa Catarina meteu os pés pelas mãos ao cair num golpe que prometia iPhones a preço de banana — literalmente, R$ 87. O caso, que virou motivo de piada pronta nas redes sociais, acabou nos tribunais com um desfecho no mínimo curioso: a Justiça decidiu que a culpa foi, vejam só, da própria vítima.

Parece piada, mas não é. A história começou quando a mulher se deparou com um anúncio tentador — desses que pulam na sua tela quando você menos espera — oferecendo produtos dos Correios em leilão. "Aproveite esta oportunidade única!", dizia o texto, acompanhado de fotos reluzentes do celular da maçã. Tão convincente que até eu, se não soubesse dos riscos, talvez mordesse a isca.

O conto do vigário digital

Eis como a enrascada se desenrolou:

  • A "oferta" circulava em grupos de WhatsApp e redes sociais
  • Os golpistas usaram o nome e logotipo dos Correios sem autorização
  • Depois do pagamento, a vítima recebeu... silêncio. Nada de iPhone, só o prejuízo

Quando a mulher acionou a Justiça para reaver seu dinheiro, a sentença foi um balde de água fria. O juiz argumentou que "qualquer pessoa medianamente informada" desconfiaria de preços tão abaixo do mercado. Duro, não? Mas será que a realidade é tão preto no branco assim?

Entre a cruz e a espada digital

Especialistas em direito do consumidor que acompanham o caso torcem o nariz. "Nos últimos dois anos, os golpes online aumentaram 240% no Brasil", diz um advogado que prefere não se identificar. Ele questiona: "Até que ponto o sistema pode transferir toda a responsabilidade para quem cai nesses esquemas?"

Por outro lado, há quem defenda que, com tanta informação disponível sobre fraudes virtuais, as pessoas precisam desenvolver "anticorpos digitais". Afinal, iPhone por menos de cem reais? Até criança desconfiaria... ou não?

O caso levantou discussões acaloradas:

  1. De um lado, os que defendem maior proteção aos consumidores
  2. Do outro, quem acredita que a ingenuidade tem limite
  3. E no meio, os Correios, que agora precisam lidar com mais essa má fama

Enquanto isso, os golpistas continuam soltos, provavelmente já aplicando novos esquemas. Moral da história? Na dúvida, desconfie. E muito. Como diz o velho ditado: "Presente de grego vem com manual em grego" — só que no mundo digital, o manual está escrito em letras miúdas que ninguém lê.