
Não é todo dia que uma notícia dessas chega até a gente, mas quando chega... Meu Deus, é de cortar o coração. Em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, um senhor de 68 anos decidiu fazer justiça com as próprias mãos – das piores maneiras possíveis.
Pega só: o homem estava usando pedaços de salsicha. Parece inofensivo, né? Só que não. Ele embebia essas salsichas em chumbinho, um veneno brutalmente perigoso, e jogava para os cachorros da rua. Sim, você leu certo. Uma armadilha mortal disfarçada de petisco.
A vizinhança, claro, não ficou quieta. Alguém viu, filmou e entregou tudo nas mãos da polícia. As imagens são chocantes, dizem – mostram o idoso fazendo isso de forma bem natural, como se não houvesse problema nenhum. Os animais, coitados, não fazem ideia do perigo. Comem e, pouco depois, começam a passar mal até morrer. É de uma crueldade difícil de digerir.
E aí, o que aconteceu com ele?
Pois é. A polícia prendeu o homem em flagrante. Apreendeu as tais salsichas envenenadas e o pacote de chumbinho que ele usava. Mas aí vem a parte que mais deixou todo mundo com a pulga atrás da orelha: numa audiência de custódia, o juiz decidiu soltá-lo. Soltou! Ele vai responder ao processo em liberdade.
Não vou mentir – a sensação que fica é de impotência. Por um lado, temos um idoso, talvez com problemas de convívio ou até medo dos animais. Por outro, uma prática que beira o inaceitável. O que leva uma pessoa a fazer algo assim? Será que não havia outra saída?
E os animais?
Alguns morreram. Outros foram salvos por moradores que agiram rápido. Mas o estrago já estava feito. A comunidade ficou indignada, e não é pra menos. Maus-tratos contra animais é crime, gente – crime ambiental, inclusive. A pena pode chegar a cinco anos de detenção, mas... bem, sabemos como essas coisas podem demorar.
Enquanto isso, a cidade fica dividida. Uns condenam veementemente o ato. Outros, ainda que reprovando, tentam entender o que se passa na cabeça de quem comete algo assim. Fato é: casos como esse mostram como ainda precisamos evoluir muito na forma como tratamos os bichos – e uns aos outros.
E agora? O caso segue na Justiça. O idoso foi enquadrado no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais. Resta saber se a lei será suficientemente dura – ou se a história vai se perder nos meandros do tempo, como tantas outras.