
A quinta-feira (10) amanheceu tensa nos arredores do Hospital Ferreira Machado, em Campos dos Goytacazes. Logo cedo, um grupo de manifestantes decidiu fechar a Avenida 28 de Março — uma das principais vias da cidade — e o resultado foi o que se pode imaginar: caos puro.
Não foi algo rápido, não. A situação se arrastou por horas a fio, com carros, ônibus e — o mais grave — ambulâncias presos num verdadeiro quebra-cabeça urbano. Quem precisava de atendimento médico urgente? Bem, tinha que esperar. E quem estava dentro do hospital, tentando sair após uma consulta ou visita? Também ficou na mão.
O trânsito simplesmente parou. E quando digo parou, é parou mesmo — daqueles que você desliga o carro e espera, porque não adianta buzinar. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) até tentou negociar com os manifestantes, mas a paciência de todo mundo foi sendo consumida pelo calor e pela frustração.
Um protesto que afetou quem mais precisava
É impressionante como essas situações sempre atingem justamente os mais vulneráveis. Pacientes em estado grave, familiares aflitos, profissionais de saúde tentando chegar ao trabalho... tudo virou refúgio de uma manifestação que, embora possa ter suas razões, escolheu o pior lugar possível para acontecer.
Não é de hoje que o Ferreira Machado — um dos hospitais mais importantes da região — enfrenta problemas. Mas bloquear seu acesso? Parece contraproducente, para dizer o mínimo. A PRF informou que o protesto começou cedo e só foi liberado por volta das 11h, mas o estrago já estava feito.
E a pergunta que fica é: será que valeu a pena? Será que interromper o funcionamento de um hospital — um local que deveria ser intocável — realmente ajuda alguma causa? Difícil defender essa tese.
O que aprendemos com isso?
Bom, primeiro: que manifestações são legítimas, mas precisam ser pensadas. Segundo: que o trânsito de Campos já é complicado normalmente — imagine com uma via principal fechada. E terceiro: que a população, como sempre, acaba pagando o pato.
Enquanto isso, a cidade tenta voltar à normalidade. Mas o alerta fica: protestos que afetam serviços essenciais, especialmente saúde, podem ter consequências irreversíveis. E ninguém quer isso na consciência.