
O Ministério do Meio Ambiente está de olho — e não é pouco. Enquanto o Congresso avança com um projeto que pode mudar as regras do jogo no licenciamento ambiental, o governo já sinaliza: está avaliando todas as opções para frear o que considera um risco desnecessário.
Não é de hoje que esse tema esquenta os debates. O PL em questão, que tramita no Legislativo, promete "agilizar" processos, mas, na prática, pode abrir brechas perigosas. Segundo fontes próximas ao ministério, há uma preocupação real de que a flexibilização proposta coloque em xeque décadas de avanços na proteção ambiental.
O que está em jogo?
Imagine um quebra-cabeça onde cada peça é uma camada de proteção à natureza. Agora, pense em alguém sugerindo remover "só algumas" peças para "facilitar". O problema? Algumas dessas peças sustentam todo o resto. É mais ou menos assim que especialistas veem a proposta.
Por trás dos panos, o ministério já estuda alternativas:
- Ações judiciais, caso o projeto seja aprovado
- Pressão política junto a parlamentares aliados
- Campanhas para alertar a população sobre os riscos
Não vai ser moleza. De um lado, o argumento da "burocracia" que emperra obras e desenvolvimento. Do outro, o temor de que, sem filtros adequados, projetos potencialmente danosos ganhem luz verde sem o devido controle.
E os números?
Dados não mentem: nos últimos 10 anos, o licenciamento ambiental evitou que mais de 300 grandes projetos com impactos irreversíveis saíssem do papel. Será que vale a pena arriscar?
Enquanto isso, nas redes sociais, o assunto já rende discussões acaloradas. De um lado, empreiteiras e setores ruralistas comemorando a possível "agilização". Do outro, ambientalistas e comunidades tradicionais em pé de guerra — e com razão, diga-se de passagem.
O jogo está só começando. E dessa vez, as apostas são altas demais para errar.