Cheia no Amazonas dispara preços de alimentos e deixa ribeirinhos em situação crítica
Cheia no Amazonas dispara preços de alimentos e isola ribeirinhos

Não é exagero dizer que o rio Amazonas está dando trabalho este ano. Com uma cheia que já bateu recordes históricos, as águas não só invadiram casas e estradas, mas também o bolso das famílias ribeirinhas. E olha que o pior pode estar por vir.

Imagine só: um quilo de arroz que custava R$ 5 agora chega a R$ 15 em algumas comunidades. O feijão? Nem se fala. "É como se a gente estivesse pagando por ouro", brinca — sem graça — Dona Maria, moradora de uma vila isolada. A piada, é claro, esconde uma realidade nada engraçada.

O custo humano da enchente

Enquanto os números oficiais falam em "aumento de preços", quem vive na região sente no prato — muitas vezes vazio. Barcos que antes traziam mantimentos diariamente agora enfrentam rotas interditadas. Resultado? Desabastecimento generalizado.

  • Leite em pó: +200% em algumas áreas
  • Gás de cozinha: escasso e caríssimo
  • Frango: só para quem pode pagar o triplo

E não para por aí. Com estradas alagadas, até o transporte escolar virou um desafio. "Meus filhos faltam aula porque o barco da prefeitura não consegue passar", desabafa um pai de família, enquanto mostra a água batendo na cintura.

Quando a natureza cobra seu preço

Especialistas — aqueles que estudam esses fenômenos há décadas — afirmam que a situação atual é "sem precedentes". Mas para quem vive às margens do rio, isso soa como um eufemismo. "Todo ano é a mesma história, só que pior", reclama um comerciante local, enquanto tira água do estabelecimento com um balde.

Curiosamente (ou tragicamente), alguns produtos até baixaram de preço. Peixe, por exemplo, está mais acessível. Ironia do destino, já que muitos pescadores perderam seus equipamentos na enchente.

Enquanto isso, nas cidades maiores, a discussão gira em torno de números e estatísticas. Nas comunidades ribeirinhas, o debate é bem mais simples: como colocar comida na mesa hoje.