A Usina Hidrelétrica de Itaipu realizou nesta sexta-feira (21) a abertura de seu vertedouro, marcando a sétima operação deste tipo apenas no mês de novembro. O fato ganha destaque por ocorrer após um intervalo histórico de 696 dias sem atividade no sistema de vertimento.
Maior intervalo da história da usina
Antes das aberturas registradas neste mês, o vertedouro não era acionado desde 13 de dezembro de 2023. Este período de quase dois anos sem operação representa o maior intervalo já registrado na história da binacional.
Em novembro, as aberturas ocorreram nos dias 9, 13, 15, 16, 17, 20 e 21, sempre com o objetivo de controlar o nível do reservatório que se aproximava do limite máximo operacional.
Chuvas intensas elevam nível do reservatório
Segundo informações da Itaipu, as recentes aberturas do vertedouro foram necessárias devido às chuvas acima da média na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná. Os volumes precipitados superaram as previsões dos modelos meteorológicos.
O resultado foi um aumento de aproximadamente 50% no volume de água que chega ao reservatório da usina nas últimas semanas, comparado aos períodos anteriores.
Atualmente, o nível do lago está em 220,07 metros acima do nível do mar, muito próximo do limite máximo operacional de 220,50 metros, com uma diferença de apenas 43 centímetros.
Operação estratégica do vertedouro
A abertura do vertedouro libera uma vazão impressionante de 700 mil litros de água por segundo. Esta medida é essencial para manter o reservatório dentro dos limites operacionais seguros.
A Itaipu adota uma estratégia inteligente para as operações do vertedouro: as aberturas geralmente ocorrem durante o dia, quando a geração de energia solar e eólica é maior. À noite, o sistema permanece fechado para priorizar a geração hidrelétrica, que atende aos picos de consumo do Brasil e do Paraguai.
A usina também destacou que vem trabalhando para minimizar ao máximo os vertimentos, através de maior oferta de geração para os dois sistemas elétricos atendidos.
A quantidade de energia gerada por Itaipu depende de múltiplos fatores, incluindo as demandas dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio, a disponibilidade dos sistemas de transmissão e a capacidade de absorção dessa energia pelos sistemas.
