Operação da PF desmonta esquema milionário de combustível para garimpo ilegal
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira uma operação para desarticular uma complexa rede criminosa que desviava combustível de aviação para abastecer aeronaves utilizadas no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
De acordo com as investigações, o esquema funcionou entre os anos de 2022 e 2023, utilizando empresas de fachada e locais de abastecimento falsos para dar aparência de legalidade às operações.
Mandados cumpridos e valores bloqueados
A operação resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão nos estados de Roraima e Tocantins. Além disso, a PF determinou o bloqueio de bens que pode alcançar R$ 20 milhões, valor que corresponde aos lucros obtidos com a atividade ilegal.
Os investigadores identificaram que os locais utilizados pelo grupo criminoso apresentavam falta de estrutura adequada para o funcionamento legítimo de empresas do setor de combustíveis aeronáuticos.
Indícios que revelaram a ilegalidade
Entre as irregularidades detectadas pela Polícia Federal estão:
- Ausência de aeronaves autorizadas para voo nos locais investigados
- Estrutura física inadequada para operações de abastecimento
- Compra de combustível em volumes muito superiores ao necessário para atividades legais
- Documentação inconsistente e empresas sem histórico de operação real
Os criminosos criaram toda uma aparência de legalidade para o esquema, mas as investigações demonstraram que o combustível tinha destino certo: o garimpo ilegal na Terra Yanomami.
Impacto ambiental e social
O desvio de combustível de aviação para alimentar o garimpo ilegal representa um duplo crime: além da fraude em si, o combustível permitia a continuidade das atividades de mineração clandestina que causam:
- Devastações ambientais em áreas protegidas
- Contaminação de rios com mercúrio
- Violência contra comunidades indígenas
- Prejuízos incalculáveis ao ecossistema local
A operação desta segunda-feira demonstra o compromisso da Polícia Federal em combater crimes ambientais e financeiros de grande escala, especialmente aqueles que afetam territórios indígenas protegidos por lei.