
O coração do Rio Grande do Sul ainda está apertado. Uma menina de apenas 11 anos, cheia de vida, perdeu-se num daqueles acidentes que a gente nunca imagina que vai acontecer — até acontecer. Caiu de um cânion. Sim, daqueles paredões majestosos que atraem turistas, mas que escondem perigos que ninguém comenta no Instagram.
A Polícia Civil, com aquele jeito cauteloso de quem lida com tragédias diariamente, soltou a informação: o inquérito deve ficar pronto em até 30 dias. Trinta dias que, para a família, devem parecer uma eternidade. "Estamos na fase final de coleta de provas", diz o delegado responsável, evitando dar detalhes — afinal, como explicar o inexplicável?
O que se sabe até agora?
Pouco. Demais. A menina estava com a família, num passeio que deveria ser de alegria. O cânion, que normalmente oferece vistas de tirar o fôlego, tornou-se palco do pior pesadelo dos pais. Testemunhas? Há. Mas ninguém viu exatamente como tudo aconteceu — só o depois, aquele momento em que o mundo desaba e a gente percebe que segurança é ilusão.
Os peritos trabalham a todo vapor. Analisam o local, as condições do terreno, a possibilidade de... bem, de qualquer coisa que possa ter contribuído. Será que havia sinalização suficiente? Alguém poderia ter evitado? Perguntas que ecoam no vazio.
E agora?
Enquanto a burocracia da justiça segue seu curso lento — porque tudo que envolve papel e processo é lento —, a comunidade se une. Velas são acesas, mensagens deixadas nas redes sociais, como se as palavras pudessem, de alguma forma, consertar o irreparável.
O cânion continua lá, imponente. A vida, frágil. E a gente fica pensando: quantas vezes passamos por lugares perigosos sem nem perceber? Quantas vezes a sorte foi nossa única proteção?