Cidade paranaense devastada por tornado com ventos de 250 km/h
Uma imagem aérea revela a dimensão da destruição em Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do Paraná, após a passagem de um tornado na sexta-feira (7). O fenômeno meteorológico, classificado como EF3 na escala Fujita, atingiu ventos de até 250 km/h e deixou um rastro de devastação que afetou 90% da cidade.
Segundo a Defesa Civil, o balanço atual registra seis mortos e pelo menos 750 feridos. O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, descreveu o cenário como "de guerra", destacando a gravidade da situação encontrada pelas equipes de resgate.
Plano de reconstrução e auxílio às famílias
O Governo do Paraná já colocou em ação um plano de recuperação com valor de R$ 50 milhões provenientes do Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap). A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) coordena as ações, que ocorrerão em etapas simultâneas, priorizando as famílias desalojadas e desabrigadas.
Um projeto de lei aprovado em regime de urgência na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) prevê repasses de até R$ 50 mil por residência diretamente às famílias atingidas. A Cohapar também realiza um levantamento técnico em conjunto com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) para mapear todos os danos estruturais.
Serviços essenciais e apoio às vítimas
Equipes estaduais e municipais trabalham intensamente na limpeza das ruas e remoção de destroços para garantir acesso a todas as áreas da cidade. O abastecimento de água foi restabelecido pela Sanepar, que mantém operação com caminhões-pipa e distribuição de 50 mil copos de água envasada.
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) já religou 49% da rede elétrica até a manhã de domingo (9), priorizando estruturas como o posto de saúde, Centro do Idoso e comando da Defesa Civil. Mais de 200 técnicos e eletricistas continuam trabalhando na cidade.
Um mutirão para emissão de documentos perdidos foi iniciado no domingo (9) pela Secretaria de Segurança Pública em conjunto com Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça. Centros de acolhimento psicológico também foram instalados para atender as vítimas que começam a retornar às áreas atingidas.
Como consequência direta do desastre, a prova do Enem foi adiada na cidade, assim como autorizada a reconstrução das escolas destruídas pelo tornado.