Ciclone em SC: ventos de 85 km/h e 124 mm de chuva causam destruição
Ciclone causa estragos em Santa Catarina com ventos fortes

Ciclone extratropical causa destruição em Santa Catarina

Um ciclone extratropical que se formou em alto-mar provocou estragos significativos em Santa Catarina entre sexta-feira (7) e sábado (8). As regiões Oeste e Sul do estado foram as mais afetadas pelo fenômeno climático, que registrou ventos acima de 80 km/h e acumulados de chuva que chegaram a 124 milímetros.

Danos generalizados em múltiplas cidades

De acordo com a Defesa Civil estadual, o estado registrou alagamentos, quedas de árvores, destelhamentos, obstrução de estradas, danos em casas, prédios públicos e veículos, falta de luz, deslizamentos e desalojados. A situação exigiu a atuação constante das equipes de emergência em diversas localidades.

Em Dionísio Cerqueira, no Oeste catarinense, o forte temporal atingiu as comunidades Jorge Lacerda e Gleba União, deixando aproximadamente 60 residências danificadas. Os ventos fortes causaram destelhamentos, queda de árvores e danos em escola, igreja e ônibus. Duas pessoas ficaram feridas e trinta precisaram deixar suas casas para se abrigar na residência de parentes.

O município já decretou situação de emergência e cinco vias foram interditadas devido aos estragos. Felizmente, não houve registro de desabrigados na cidade.

Estragos se espalham pela região Oeste

Em Chapecó, 28 residências foram destelhadas e os moradores receberam lonas para proteção emergencial. Uma escola foi danificada e três vias ficaram obstruídas por árvores nas localidades de Linha Colônia Cella, Belverde, Bela Vista, Vila Rica e Eldorado.

Faxinal dos Guedes enfrentou uma tempestade com rajadas intensas de vento às 16h50 de sexta-feira que atingiu área urbana, industrial e a BR-282. Quedas de árvores de grande porte bloquearam ambos os sentidos da rodovia por cerca de três horas. Um caminhão tombou e uma residência foi totalmente destelhada, deixando dois desalojados.

Xanxerê registrou uma tempestade por volta das 17h de sexta que atingiu áreas urbanas. Até 8h30 deste sábado, 164 residências foram atendidas com entrega de lonas pelas equipes da Defesa Civil e parceiros, que seguem realizando corte e remoção de árvores, vistorias e atendimento à população.

Abelardo Luz teve 26 casas danificadas e 104 pessoas atingidas nos bairros Santa Luzia, Aparecida, Alvorada, São Pedro e Toldo Imbu. Em Fraiburgo, a chuva intensa por volta de 18h de sexta causou alagamentos em ruas centrais.

Região Sul também é afetada

Na região Sul do estado, Criciúma registrou forte chuva com ventos moderados que causou alagamentos e três vias interditadas nos bairros Michel, Milanezi e Boa Vista. O rio Maina apresentou elevação no Bairro Vila Francesa, mas nenhuma casa foi afetada.

Urussanga enfrentou chuvas intensas que provocaram obstrução de drenagem em loteamento e interdição de via por contenção desprendida. Houve deslizamentos nos bairros Santana e Linha Rio Maior, também sem casas afetadas.

Pescaria Brava registrou um deslizamento no bairro Santiago após chuvas contínuas, com uma residência afetada.

Recordes de vento e chuva

Os dados da Defesa Civil revelam a intensidade do fenômeno. Caibi, no Oeste, registrou a maior velocidade do vento: 85,6 km/h. Água Doce teve ventos de 76,8 km/h e Urupema, na Serra, 72,1 km/h.

Em relação aos acumulados de chuva, Jacinto Machado, no Sul, liderou com 124 mm, seguido por Sombrio (111,2 mm) e Morro Grande (108 mm). Para se ter uma ideia da magnitude, a média histórica esperada para todo o mês de novembro no Sul de Santa Catarina é de até 130 milímetros de chuva.

As equipes de emergência continuam trabalhando para normalizar a situação nas áreas afetadas enquanto monitoram as condições climáticas para possíveis novos eventos extremos.