
O coração pareceu parar. Lá estava Valquíria Alves, primeira-dama de Aparecida de Goiânia, sentindo o avião sacudir de forma assustadora enquanto se aproximava do Aeroporto Santa Genoveva. O sábado, 5 de outubro, prometia ser rotineiro — mas transformou-se em cena de filme de suspense.
"Aquele momento pareceu durar uma eternidade", confessa Valquíria, ainda visivelmente abalada. "O avião balançava de um lado para o outro, dava aquelas descidas bruscas que fazem o estômago embrulhar. Eu só pensava: meu Deus, meus filhos..."
Os minutos que pareceram horas
Testemunhas relataram que a aeronave, um Airbus A320 da Gol, apresentou problemas nos flaps durante a fase crítica de aproximação. Coincidência ou não, o tempo não ajudava — ventos cruzados complicavam ainda mais a situação.
Valquíria descreve a cena dentro da cabine com detalhes que arrepiam: "Dava para ver o medo no rosto de todo mundo. Algumas pessoas choravam baixinho, outras rezavam. A comissária de bordo tentava manter a calma, mas dava para perceber que ela também estava assustada."
O instinto maternal falou mais alto
Curioso como a mente funciona em situações extremas. Enquanto o piloto lutava pelo controle da aeronave, Valquíria revela que seus pensamentos voaram direto para os filhos. "A gente sempre acha que vai ter tempo, que amanhã é outro dia. Naqueles instantes, percebi que poderia não ter amanhã."
E completa, com voz embargada: "Prometi a mim mesma que, se saísse dali viva, iria valorizar cada segundo com minha família. Essas coisas a gente só entende quando enfrenta o perigo real."
O alívio do pouso forçado
Quando as rodas finalmente tocaram o asfalto — com um solavanco mais forte que o normal —, uma salva de palmas tomou conta da aeronave. "Foi como renascer", define a primeira-dama. "Aquele alívio que toma conta do corpo todo, uma mistura de fraqueza nas pernas com vontade de chorar e rir ao mesmo tempo."
Os bombeiros já aguardavam na pista, precaução padrão em situações do tipo. Felizmente, ninguém se feriu — apenas uns bons sustos para contar história.
Reflexões depois do trauma
Questionada sobre como superou o episódio, Valquíria foi sincera: "Ainda acordo às vezes no meio da noite lembrando daqueles momentos. Mas hoje encaro como um aprendizado — a vida é frágil, um presente que devemos celebrar todos os dias."
E arremata, filosofando: "Às vezes precisamos de um susto desses para lembrar do que realmente importa. No fim, não são os bens materiais, nem o status. É o amor da família, o abraço dos filhos, a simples alegria de estar vivo."
O episódio serviu como alerta para muitos — inclusive para a própria primeira-dama, que agora diz valorizar cada momento corriqueiro com intensidade renovada. Como ela mesma define: "Quase perder algo nos faz entender seu verdadeiro valor."