Numa tarde que começou como qualquer outra em Sumaré, o impensável aconteceu. Um simples descuido — ou talvez um defeito elétrico que ninguém notara antes — transformou uma casa tranquila num inferno em questão de minutos.
Os vizinhos ainda se lembram do grito. "Parecia um filme de terror", conta Dona Marta, que mora duas casas adiante. "A fumaça escura subindo, as chamas lambendo as paredes... e aquele cheiro de plástico derretendo que não sai do nariz."
O resgate heróico
Quando os bombeiros chegaram — incrivelmente rápidos, diga-se — encontraram uma cena dantesca. No meio do caos, um homem de 45 anos, cuja identidade ainda não foi revelada, agonizava com queimaduras catastróficas. Segundo o tenente Álvaro, primeiro no local, "era como se a pele tivesse simplesmente evaporado em algumas áreas".
O que salvou a vida da vítima? Pura sorte e a coragem de um transeunte. João, motoboy que passava no momento, não pensou duas vezes antes de arrombar a porta já fumegante. "Ele tava lá, meio inconsciente, quase debaixo da mesa da cozinha", relata, ainda abalado. "Parecia que tinha tropeçado tentando fugir."
Longa recuperação pela frente
No Hospital Municipal Dr. Augusto de Oliveira Camargo, a equipe médica trava uma batalha contra o relógio. Queimaduras de terceiro grau em 90% do corpo não são brincadeira — estamos falando de meses de enxertos, risco constante de infecção e uma dor que nem os melhores analgésicos conseguem domar completamente.
E o pior? A casa não tinha extintor. Nem mesmo aqueles pequenos, de supermercado, que custam menos de R$ 50. "Se tivesse, talvez...", suspira o capitão dos bombeiros, deixando a frase no ar. Uma lição dura para todos nós.
Enquanto isso, a perícia tenta desvendar o que exatamente fez um lar virar um pesadelo. Fios expostos? Vela esquecida? Panelas no fogão? No momento, só se sabe que o fogo começou na cozinha — onde, ironicamente, costumamos dizer que "a alma da casa" habita.
