Era pra ser mais um domingo de festa no Parque de Vaquejada José Tenório, em Panelas. O sol castigava, a poeira subia com os cascos dos animais, e o clima era daqueles de alegria contagiante que só o interior sabe oferecer. Mas o que começou como celebração transformou-se rapidamente em pesadelo.
Por volta das 16h30 desse domgado (24), o vaqueiro José Welliton da Silva, de apenas 28 anos, montava seu cavalo durante a prova. Testemunhas contam que tudo aconteceu num piscar de olhos – um movimento brusco do animal, o desequilíbrio, e depois… o impacto seco contra o chão duro da arena.
A queda foi violenta, daquelas que ecoa na alma de quem vê. O socorro veio rápido, é verdade. Colegas vaqueiros e equipes de segurança correram para ajudar. O Samu foi acionado imediatamente, mas mesmo assim… às vezes a fatalidade é mais rápida que qualquer socorro.
Uma Vida Interrompida no Ápice
José Welliton não era qualquer um. Natural de Jucati, carregava no sangue a tradição vaqueira. Conhecido pela coragem e pelo amor aos animais, deixou esposa, familiares e um vácuo enorme numa comunidade que vive e respira essa cultura.
O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru. Lá, a perícia confirmou o óbito. Causa da morte? Traumatismo craniano severo. Aquele tipo de lesão que não dá chance.
O Silêncio que Fala
A Polícia Militar registrou o ocorrido como morte acidental. Não houve imprudência, nem negligência. Apenas aquele fio tênue do destino que se rompe quando menos se espera. O evento foi interrompido na hora. A música parou, a poeira baixou, e o que restou foi um silêncio pesado, carregado de incredulidade.
Panelas, cidade de pouco mais de 25 mil habitantes no Agreste de Pernambuco, hoje está de luto. Nas redes sociais, centenas de mensagens de pesar e solidariedade à família. "Uma luz que se apagou cedo demais", escreveu um amigo. "O céu ganhou um novo vaqueiro", postou outro.
É cruel como a vida pode mudar num instante, não é? Num palco de alegria e tradição, a morte fez seu drama silencioso. E agora, restam as lembranças, a saudade que corta, e a pergunta que nunca cala: por quê?
