
Era um cenário que ninguém queria ver: centenas de funcionários da Usina Santa Elisa, em Cravinhos (SP), recebendo avisos de demissão quase que de uma só vez. Mas, depois de um mês que parecia interminável — com protestos, reuniões tensas e muita incerteza —, o sindicato conseguiu fechar um acordo com a Raízen.
Não foi fácil, claro. A empresa, que é uma gigante no setor sucroenergético, alegou "ajustes operacionais" (aquele jargão corporativo que ninguém engole direito). Já os trabalhadores, coitados, ficaram sem chão. Muitos tinham décadas de casa.
O que diz o acordo?
Segundo fontes próximas às negociações, a Raízen vai pagar:
- Todos os salários atrasados (óbvio, mas nunca é demais lembrar)
- Multa rescisória de 40% sobre o FGTS — o mínimo que a lei exige
- Um adicional que varia entre meio e um salário por ano trabalhado
Não é uma fortuna, mas pelo menos tira o gosto amargo da situação. "Foi o possível dentro do possível", comentou um líder sindical, em tom que misturava alívio e frustração.
E agora?
Os ex-funcionários têm até o final do mês para assinar os documentos e receber seus direitos. Enquanto isso, a cidade respira aliviada — afinal, em municípios do interior, cada emprego perdido afeta toda a economia local.
E a usina? Continua funcionando, mas com equipe enxuta. Resta saber se esses "ajustes" vão mesmo melhorar a competitividade, como diz a empresa, ou se foi só mais um capítulo triste na crise do setor.