
O atual comandante da Marinha do Brasil, almirante Marcos Sampaio Olsen, fez declarações impactantes sobre as ações de seu antecessor durante o período de transição presidencial. Segundo ele, o ex-comandante quebrou a liturgia militar, mas não houve orientação formal para dificultar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista coletiva, Olsen afirmou: "Houve uma quebra de protocolo, sim, mas não podemos afirmar que existiu uma ordem para criar obstáculos ao novo governo". A declaração surge em meio a investigações sobre supostas interferências militares no processo democrático.
O que significa quebrar a liturgia militar?
A liturgia militar refere-se ao conjunto de normas e tradições que regem o comportamento das Forças Armadas. Quando um oficial superior desrespeita esses princípios, comete uma infração grave contra a hierarquia e disciplina.
- Não seguir a cadeia de comando
- Agir sem autorização superior
- Interferir em processos políticos
Especialistas em direito militar explicam que essas violações podem ter consequências disciplinares severas, incluindo a reforma compulsória.
Repercussão política
O caso ganhou destaque no Congresso Nacional, onde parlamentares da base governista pedem apuração mais detalhada. "Precisamos esclarecer até que ponto houve tentativa de desestabilização democrática", afirmou um deputado governista.
Já a oposição defende que se trata de um mal-entendido: "As Forças Armadas sempre agiram dentro da legalidade", argumentou um senador da bancada conservadora.
O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou oficialmente sobre as declarações do almirante Olsen, mas fontes próximas à Presidência afirmam que o assunto será tratado com a devida atenção.